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O câncer de laringe pode se desenvolver em três áreas do órgão: subglote, glote e supraglote. É mais predominante em homens acima de 40 anos. Em 2022, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi internado e passou por um procedimento para a retirada de uma leucoplasia, uma doença oral silenciosa que apresenta manchas ou lesões espessas e brancas que aparecem dentro na boca, geralmente na gengiva, bochechas, laringe e faringe causada pelo crescimento celular excessivo.


O doutorando pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e professor de Otorrinolaringologia do curso de Medicina da Unit, Daniel D’Avila, explica que a doença que acometeu o presidente Lula é uma placa branca na parte interna da boca, garganta, faringe ou laringe. A presença dessas lesões é um sinal de alarme, porque pode significar apenas uma inflamação, uma lesão pré maligna ou até mesmo um tumor cancerígeno.


“A leucoplasia exige muito cuidado e acompanhamento, em especial em pacientes que fumam, que fazem abuso de bebida alcoólica, pacientes com mais de 40 anos, que apresentam rouquidão, dor para engolir, dificuldade para respirar e uma rouquidão repetitiva e prolongada por mais de 15 dias. Esses sinais servem de alarme para procurar ajuda otorrinolaringologista e fazer uma avaliação”, ressalta


O professor explica que a avaliação para detectar a doença é feita através de um exame chamado videolaringoscopia. “Esse exame pode ser realizado através do nariz ou da garganta. É de extrema importância realizar esse procedimento para definir se o paciente apresenta uma leucoplasia superficial ou mais profunda. Outro exame complementar chamado videolaringoestroboscopia, capta em câmera lenta os movimentos da prega vocal e a gente consegue antever se é uma lesão benigna, pré maligna ou um tumor”, orienta.


De acordo com Daniel, o câncer de laringe geralmente ocorre mais em homens, especialmente em fumantes e consumidores de bebida alcoólica, características que se enquadram no perfil do atual presidente. Segundo informações da equipe médica de Lula, o tumor não apresenta ramificações e é benigno, descartando cânceres. O tratamento será ambulatorial, ou seja, ele irá ao hospital fazer quimioterapia e voltará para a sua casa.


“Como aconteceu com o caso do nosso atual presidente, ele já tinha o histórico de câncer de laringe e após a campanha presidencial o quadro evoluiu devido ao abuso vocal que ele precisou fazer. Como ele já tinha um antecedente de leucoplasia invasiva de câncer, a equipe médica já o orientou que fizesse a biópsia para saber se era benigno ou maligno”, explica.


O especialista ressalta que o tratamento para leucoplasia oral deve ser indicado pelo otorrinolaringologista de acordo com o quadro apresentado pelo paciente. “Felizmente no caso do presidente Lula foi uma lesão benigna, mas os pacientes que já tem um histórico prévio precisam estar muito atentos aos sintomas. Nos casos em que a leucoplasia é viral ou uma lesão superficial, pode ser indicado o uso de medicamentos antivirais, em outros casos é indicado o tratamento de fonoaudioterapia com um fonoaudiologia, mas se for uma lesão mais profunda será preciso realizar um procedimento cirúrgico”, conclui.


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