Distração em excesso pode ser TDHA

Saiba como reconhecer e tratar o Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade

Publiciado em 27/07/2016 as 10:35

Atualmente, uma das maiores procuras por tratamento psicológico tem sido o Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA), motivo de dúvida em muitas pessoas, especialmente para as famílias que têm crianças e jovens com o transtorno. Quantas vezes chegam às queixas na casa dos pais sobre a desatenção constante das crianças em sala de aula? Por mais que se converse com elas o problema parece não ser solucionado.

Aquela constante distração pode ser um sintoma do transtorno, um problema que deve ser tratado com muito cuidado e sensibilidade. Primeiro, é preciso compreender que o problema de falta de concentração ocasionada pelo TDHA não se trata de ausência de empenho ou um comportamento indisciplinado, resultante da educação dada pelos pais, os sintomas fogem do controle e por isso é importante a procura por um profissional.

Segundo pesquisas do Hospital Israelita A. Einstein, a faixa etária mais afetada é entre 6 a 40 anos. Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, esclarece como pode ser descoberto. “TDAH é caracterizado pela impulsividade, falta de atenção e agitação motora. O ideal é que seja diagnosticado antes dos 7 anos de idade, porque o tratamento torna-se mais eficaz e a criança está em fase escolar, de aprendizado, dessa forma, os prejuízos podem ser minimizados. Ainda assim, a escola tem um papel fundamental no diagnóstico, é ela quem poderá perceber a diferença no comportamento e desenvolvimento da criança em relação as outras da mesma idade”, explica.

A dificuldade maior está no comportamento da criança, fazendo com que alguns pais acabem se isolando de eventos sociais, casa de parentes ou até mesmo locais abertos. A escola também pode ter dificuldade em lidar com elas, até porque, é necessário que algumas regras sejam seguidas, e algumas crianças possuem dificuldades com normas.

Para o diagnóstico e tratamento com crianças é necessário procurar um neuropediatra e o psiquiatra infantil, levando em consideração alguns exames específicos, avaliação clínica e pedagógica realizada com a criança, a família e a escola. A especialista acrescenta o porquê de o transtorno ficar mais evidente no público infantil. “As crianças, por não terem maturidade suficiente para canalizar o foco nas atividades diárias, acabam apresentando mais dificuldade de concentração e agitação. O acesso à informação para os pais sobre o TDAH também cresceu substancialmente. O cotidiano dessas crianças também é mais restrito, a energia gasta por elas nos games e tablets é diferente da energia que se gastava brincando na rua há tempos atrás, o que demanda dos pais mais atenção”, ressalta.

Sarah Lopes argumenta que existem pelo menos três diferentes tipos de TDHA, são eles: com predominância impulsiva, com predominância de sintomas de desatenção e o combinado, que seria a junção dos dois tipos anteriores. Os sintomas mais comuns para o tipo desatento são: desatenção nas tarefas escolares, jogos e brincadeiras, podem apresentar problemas de audição, alguns não costumam seguir instruções, evitam tarefas que demandam muito tempo ou esforço mental constante, perdem coisas necessárias e distraem-se facilmente. Já para o tipo com predominância a hiperatividade, os sintomas mais frequentes são: agitam os pés ou as mãos e se remexem na cadeira, correm ou escalam em situações inapropriadas, têm dificuldade em se envolver com atividades silenciosas, estão sempre agitados e não conseguem se dedicar a uma única atividade por vez.

Como tratar?

A psicóloga explica que o primeiro passo é procurar os profissionais adequados para avaliar se realmente se trata de TDAH, isto porque, para que o diagnóstico seja preciso, é necessário avaliar uma combinação de sintomas. Por exemplo, uma característica isolada não configura o quadro em sua totalidade, além disso, existem graus de intensidade para este transtorno. “Além do neuropediatra e psiquiatra infantil, é preciso ter o apoio de uma equipe multidisciplinar com psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais que farão a manutenção do quadro e podem auxiliar na diminuição dos sintomas. Em alguns casos é possível fazer uso de medicação específica, geralmente a base de metilfenidato.”, destaca.