Formação avançada de enfermeiros em Cardiologia Intervencionista aumenta segurança e eficiência em tratamento

No país, o número de óbitos decorrentes de doenças relacionadas ao coração alcançou cerca de 400 mil pessoas, no período de um ano

Publiciado em 18/06/2024 as 09:00
Unit/ Divulgação

Enfermeiros são primordiais durante os mais diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos e apresentam-se como um dos mais importantes profissionais ligados à recuperação plena de pacientes. Em intervenções cardiovasculares, práticas que, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, somam um investimento anual superior a R$ 1 bilhão pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tal relevância torna-se ainda maior na medida em que esses trabalhadores lidam com contextos delicados, com maior exigência de um conhecimento técnico aprofundado, bem como de habilidades socioemocionais, caso, por exemplo, da especialidade médica conhecida como Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.


Este ramo da medicina trata, especificamente, de doenças cardíacas estruturais e integra procedimentos como a angioplastia e o cateterismo. Ao contrário de outras especialidades, este tipo de formação capacita os enfermeiros para contextos que vão desde a identificação de sinais e sintomas de alto risco, até a administração de medicamentos vasoativos e suporte ventilatório. O docente e coordenador do curso de Enfermagem em Cardiologia e Hemodinâmica da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit), Arthur César de Melo, detalha de que forma o curso prepara melhor esses profissionais para os mais diversos tipos de situações.


“Os enfermeiros já são treinados, desde a graduação, para gerenciar equipes de saúde, seja no contexto ambiental de trabalho, sem fatores estressores, ou em ambientes caóticos, em que observa-se maior risco de ocorrências de erros e condutas inseguras. A especialização trabalha com o intuito de dessensibilizar esse profissional ao desbloqueio em situações de urgência e emergência, em ambiente controlado, embora com situações realísticas, em que o profissional deverá adotar condutas assertivas e resolutivas”, explica o professor.


Para além da técnica, a interação humana é igualmente importante por impactar diretamente a qualidade do atendimento ao paciente e o funcionamento do ambiente de saúde. Por este motivo, a especialização de enfermeiros na área também contempla a aquisição das denominadas soft skills, um conjunto de habilidades que reúne características essenciais para uma assistência médica ainda mais humanizada, a exemplo da empatia, da inteligência emocional e da comunicação assertiva. Essas competências ainda auxiliam os profissionais em casos de complexidades, citadas pelo docente como complicações locais e sistêmicas.

“No que corresponde às complicações locais, podem ocorrer hematomas, enquanto que as sistêmicas têm a tendência de serem mais graves, exemplo da nefropatia induzida por contraste, reestenose coronariana e isquemia miocárdica, além de parada cardiorrespiratória sem retorno a circulação espontânea, fibrilação ventricular e atividade elétrica sem pulso”, exemplifica Arthur.


Em um cenário ainda desafiador para os especialistas, complexidades como as mencionadas pelo professor ainda costumam ser responsáveis por uma alta taxa de óbitos no país. Em todo o ano de 2022, por exemplo, um aproximado de 400 mil brasileiros perderam a vida em decorrência de doenças relacionadas ao coração, segundo pesquisa do Journal of the American College of Cardiology, divulgada pelo Ministério da Saúde. Reduzir, significativamente, esses números depende de ações como uma maior promoção de estilos de vida saudáveis, controle de fatores de riscos, pesquisas científicas e, claro, ampliar a capacitação de profissionais da saúde.


Para os enfermeiros que desejam incrementar sua formação no campo da Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, é mais do que necessária a atenção quanto à detalhes como experiência do corpo docente, uso de metodologias ativas, além de outros pontos mencionados pelo educador.


“É importante oferecer aos discentes a oportunidade de se aperfeiçoarem no momento de decisões, no atendimento às principais demandas clínicas assistenciais, além de afecções cardiovasculares com ênfase na habilidade do raciocínio clínico em identificar e atuar nas diversas situações. Outro requisito são os estágios em hospitais referência no atendimento especializado, em unidade de terapia intensiva, internamento, urgência, hemodinâmica, além do centro cirúrgico cardiovasculares, onde os alunos podem vivenciar tudo aquilo que foi abordado durante os módulos em sala de aula”, conclui.

Fonte: Asscom Unit