Filosofia e sociologia no Enem: não pode subestimar
Com menos destaque na grade curricular, disciplinas da área de ciências humanas, como filosofia e sociologia, costumam ter menos destaque na corrida para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o que pode se tornar uma armadilha para os estudantes menos atentos. Por dois motivos. O primeiro é que, na hora da prova, as questões relacionadas a essas matérias aparecem em número expressivo. O segundo é a importância que o entendimento dessas cadeiras exerce nas demais áreas de conhecimento.
“Nos últimos quatro anos, filosofia e sociologia, mesmo com uma carga horária pequena, são encontradas em pelo menos sete a oito questões na prova”, alerta Fábio Medeiros, professor de filosofia do Colégio Marista São Luís. “O Enem trabalha com a perspectiva de obedecer à programação dos três anos do ensino médio e vai, com certeza, cobrar isso.”
Ainda de acordo com o docente, é primordial observar que tudo o que compõe a vida do ser humano é objeto de estudo da filosofia. Entre os assuntos que os alunos devem focar, Medeiros relaciona a dimensão dos valores éticos; a teoria sobre a formação do estado moderno; as teorias desde a formação no Ocidente, do pensamento idealizado por Platão, pela perspectiva aristotélica, a passar pelo medievo; as preocupações com a cidadania, com experiências positivas e que frustam sua existência. “Foque nas competências, as ideias principais dos filósofos, do ponto de vista da política, da ética, da cidadania, da democracia ou de como se forja o conhecimento”, indica.
“A prova de humanas tem 45 itens e o número em que a gente encontra a sociologia é incrivelmente alto”, enfatiza Jefferson Góes, professor da matéria. Ele chama a atenção para assuntos como cidadania, movimentos sociais, democracia, mercado do trabalho, a instituição escola e o pensamento de sociólogos brasileiros como Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre.
“A sociologia também pode ser muito útil na hora de os estudantes fazerem as redações. Pode oferecer conceitos úteis na hora de fazer análises de questões ligadas à sociedade, como drogas, violência. O bom estudante de sociologia tem um pouco mais de facilidade para desenvolver ideias. Essa não deve ser uma disciplina subestimada. Ela agrega, qualifica o estudante, não só para seu desempenho na prova, como também para sua vida.”
Essa mesma percepção foi percebida pela estudante Maria Cabral de Melo Borges, 17 anos. “A filosofia ensina a pensar, de um modo geral. Ela lhe dá base para você estudar qualquer matéria.” Para Bruno de Castro Antunes, 17, deve-se estar atento à interdisciplinaridade. “A prova entrelaça muito os pensamentos. O Enem cobra muito intertextualidade. Muitas questões têm um viés bem amplo, que trata de filosofia, sociologia, história e geografia.
*Por Marcos Toledo / Folha de Pernambuco
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