Índice que mede variação de preços ao consumidor teve alta em janeiro

O IPCA-15 é a prévia do IPCA, adotado como índice oficial da inflação; levantamento é feito a cada mês, a partir dos preços de grupos de produtos em grandes cidades brasileiras

Publiciado em 08/02/2024 as 13:00
Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Uma das informações que mais chamaram atenção do mercado nos últimos dias foi a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apurado todo mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que serve como medição prévia do IPCA, adotado como índice oficial da inflação no Brasil. Neste mês de janeiro, o índice fechou em 0,31%, ficando 0,09 ponto percentual abaixo do 0,40% apurado em dezembro. Se considerado o acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 4,47%, menos que os 4,72% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.


O IPCA-15 é calculado a partir da variação média dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, o que inclui itens como alimentos, habitação, vestuário, transporte, saúde e educação, entre outros. Tais preços são coletados em um período específico de 15 dias do mês anterior à realização da pesquisa em nove regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Curitiba e Porto Alegre), mais as cidades de Goiânia (GO) e Brasília (DF).


Segundo o economista Josenito Oliveira, professor do curso de Administração da Universidade Tiradentes (Unit), esse índice permite antecipar as variações nos preços ao consumidor. “Ele tem como objetivo oferecer uma prévia da inflação que será medida pelo IPCA, possibilitando que analistas econômicos e o público em geral acompanhem e estimem as mudanças nos preços ao consumidor antes da divulgação oficial do IPCA no final de cada mês.


Apesar da diminuição do índice do IPCA-15, a pesquisa apontou que houve alta em sete dos nove grupos de produtos pesquisados. A subida foi puxada pelo de alimentos e bebidas, que subiu 1,53% e teve impacto de 0,32 pontos percentuais. Em seguida, o grupo saúde e cuidados pessoais aumentou 0,56%, acompanhado pelos de artigos de residência (0,26%), vestuário (0,22%), saúde e cuidados pessoais (0,56%), educação (0,39%) e habitação (0,33%). Por outro lado, houve queda nos preços dos grupos de Transportes, que caiu 1,13% em janeiro, e Comunicação, com menos 0,03%.


“Para o consumidor, uma alta do IPCA-15 indica que houve um aumento na taxa de inflação preliminar, ou seja, os preços dos bens e serviços que compõem a cesta de produtos utilizada para calcular o índice estão subindo em relação ao período anterior. Na prática, a variação percentual positiva no IPCA-15 reflete um aumento geral nos preços para os consumidores. O impacto reflete em produtos mais caros e perda do poder de compra para os brasileiros como um todo”, diz Josenito, pontuando que podem ocorrer pequenas oscilações nas variações prévias com a real, mas, em geral, as previsões de inflação se confirmam por serem monitoradas através de pesquisas de preços.


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