70% concluído, Largo da Gente Sergipana tem previsão de entrega para março
Com previsão de entrega para março deste ano, a obra do Largo da Gente Sergipana já atrai a curiosidade e a admiração de quem passa pela Avenida Ivo do Prado. Na manhã desta quarta-feira (17), o governador Jackson Barreto visitou o espaço onde o cartão-postal está sendo construído. O andamento da obra já alcança 70%, à frente do que determina o cronograma.
O projeto é uma realização do governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra), da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop), do Instituto Banese e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). No total, estão sendo investidos R$ 6.425.530,80.
A obra avança pelo Rio Sergipe na faixa concentrada em frente ao Museu da Gente Sergipana, e seus contornos já podem ser vistos a partir do deck de madeira já instalado no local. Concebido pelo arquiteto e urbanista Ézio Déda, o Largo se propõe a ser um monumento de celebração da cultura popular do Estado. Além de um píer, de uma área de convivência e de um atracadouro, o espaço abrigará oito esculturas de representações folclóricas sergipanas: Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso.
De autoria do artista plástico Tati Moreno, as imagens serão instaladas com vigas metálicas, dando a quem observa a impressão de que flutuam acima do espelho d'água. O projeto é inspirado nas esculturas dos Orixás localizadas no Dique do Tororó, em Salvador, na Bahia, que foram concebidas pelo próprio Tati Moreno. Confeccionadas em fibra de vidro e resina de poliéster, cada escultura terá 7m de altura.
De acordo com o governador, o novo cartão-postal de Aracaju será, além de uma instalação urbana, uma fonte de inspiração. “Estou aqui realizando um sonho da população de Aracaju e do povo sergipano, que sempre teve no nosso folclore uma fonte de inspiração. Estou extremamente feliz de ver essa obra andar, com a perspectiva de ser inaugurada em março, por ocasião do aniversário de Aracaju, dia 17 de março, e de deixar esse cartão-postal como mais uma lembrança do nosso governo aqui em Aracaju. Estamos fazendo uma obra para as futuras gerações. Não tenho a menor dúvida que este será um ponto de referência para fotografias e registros", afirmou.
Após a visita, Ézio Déda apresentou o projeto aos convidados e à imprensa. Na oportunidade, destacou a simbologia do projeto para a população sergipana. “Há 157 anos, o imperador Dom Pedro II chegou a Sergipe pela Ponte do Imperador, que foi construída para recebe-lo. 157 anos depois, um governo popular constrói o Largo da Gente Sergipana para receber a gente simples, humilde, que vem do interior e que salvaguarda esse patrimônio que é nosso e que precisa ser preservado para que as gerações futuras conheçam, valorizem e se orgulhem dele”, disse.
A escolha das manifestações folclóricas que serão representadas nas esculturas do Largo da Gente Sergipana ficou a cargo da professora, escritora, folclorista e historiadora Aglaé Fontes, que detalhou o processo de seleção. “A escolha não foi porque algum grupo é o mais importante, e sim por serem os mais representativos. A gente tem a representação das etnias formadoras da nossa cultura popular. Todos estão representados ali, tanto na Chegança com forte influência portuguesa como no Lambe Sujo e Caboclinhos, que tem toda a força da nossa africanidade e dos indígenas. O Largo da Gente Sergipana será um cartão de visitas e um espaço educativo, porque à medida que se vai vendo todo dia aquelas esculturas, fica uma semente para se ter orgulho da sua identidade cultural”, pontuou.
Detalhes técnicos
A ideia do projeto do Largo da Gente Sergipana nasceu antes mesmo da inauguração do Museu da Gente Sergipana, entregue em 2011. A concepção busca referências em monumentos como o Big Ben (Londes), a Torre Eiffel (Paris), a Estátua da Liberdade (Nova York) e o Cristo Redentor (Rio de Janeiro), além dos Orixás (Salvador).
De acordo com Ézio Déda, a concepção do projeto foi feita de modo a não prejudicar a navegabilidade do Rio Sergipe. Para tanto, foi respeitado o referencial do avanço da Ponte do Imperador. “É importante dizer que não há aterro sobre o Rio Sergipe. Então, é um projeto ambientalmente correto. Além disso, não se trata de uma intervenção voltada para a estética pela estética, simplesmente. Há um traço conceitual, que tem pesquisa e fundamentação, e que fomenta uma cadeia produtiva do Turismo, da Educação e da Economia Criativa”, salientou o arquiteto.
Tendo como apoio as instalações do Museu da Gente Sergipana, o Largo dispõe de mais de 100 vagas de estacionamento disponíveis, além do Café da Gente e da loja. O espaço conta com suporte de vigilância 24h e com equipe de limpeza e manutenção. A obra compreende, também, a implantação de uma faixa de desaceleração e acesso para veículos para permitir a acessibilidade entre o Museu e o Largo e a instalação de um novo piso, da iluminação cênica e dos itens de paisagismo.
O projeto foi iniciado já contando com todas as autorizações e licenciamentos necessários. Para tanto, foram necessárias liberações da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), da Capitania dos Portos, da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), da Agência Nacional de Águas (ANA), do Conselho Estadual de Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Tais autorizações compreenderam o projeto arquitetônico e de urbanização, o estudo das marés, a sondagem de solo para o projeto estrutural e os estudos elétrico e luminotécnico.
A obra foi iniciada em 4 de outubro do ano passado, com previsão de término em 1º de abril deste ano. Até o momento, foram entregues as esculturas do Parafuso, do Boi do Reisado, da Chegança, da Taieira e do Cacumbi. A altura das esculturas obedece uma escala que permite a projeção à distância para os observadores. “Todas as peças, etapa por etapa, têm de ser modeladas e produzidas na argila. E aí existe um estudo de anatomia humana. O escultor teve que vir a Sergipe, ao interior, porque ele precisava interagir com esses grupos, entrevistar, ver os movimentos, conhecer a fisionomia dessas pessoas. Isso foi feito e registrado. Internamente, temos uma estrutura metálica extremamente complexa, que está envolvendo a equipe de engenharia daqui de Sergipe, de Salvador e do Rio de Janeiro. Temos esculturas que chegam a pesar duas toneladas. Então, não é apenas uma obra de arte, é também uma obra de engenharia avançada”, frisou Ézio Déda.
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