Dezenas de milhares de litros de óleo de cozinha são utilizados nos restaurantes de Aracaju e, muitas vezes, destinados de maneira inadequada, causando sérios danos ao meio ambiente. Para evitar essa ação, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), estabeleceu uma parceria com estabelecimentos comerciais para recolher o material da forma correta.

 

A parceria tem a empresa Recigraxe como intermediária e responsável por todo o processo, do recolhimento à destinação. Já a campanha de conscientização para atrair a adesão dos empresários coube à Sema.

 

“Achamos muito importante essa ação e atuamos para ampliá-la. Por isso, percorremos todos os bares e restaurantes da Orla com a campanha educativa de conscientização, para que o descarte passasse a ser feito da forma correta ou para que alguns vícios de descarte fossem melhorados”, explica a coordenadora de Educação Ambiental da Sema, Raphaella Ribeiro Andrade.

 

Segundo ela, a parceria ampliou o leque de atuação da Recigraxe junto aos empreendimentos e, consequentemente, o volume de óleo descartado. Para fazer a coleta, a empresa entrega um recipiente, cujo tamanho varia a depender do consumo do estabelecimento, e depois recolhe o óleo para que fazer a destinação correta.

 

“Esse óleo já utilizado é trocado pelo que for melhor para a pessoa, material de limpeza, óleo novo ou dinheiro”, afirma Raphaella. Além dessa parceria voltada para os bares e restaurantes, a Sema também criou mais dois pontos de troca, que funcionam na própria Secretaria (na rua Santa Luzia, no bairro São José) e no Oceanário, na Orla da Atalaia.

 

“Esse ponto de recolhimento do Oceanário atende aos comerciantes ambulantes, público que também buscamos conscientizar e que costumava descartar na areia da praia ou nos bueiros, gerando contaminação nos lagos. Agora, o descarte passou a ser correto”, afirma.

 

No caso do descarte nos pontos específicos, o cidadão recebe um sabão em barra a cada litro de óleo e um sabão pastoso a cada dois litros de óleo. Qualquer cidadão pode fazer a troca.

 

Um dos empresários que aderiam e reconhecem a importância dessa ação é Hamilton Santana, do Restaurante e Casa de Forró Cariri. “Acho uma iniciativa muito interessante, pois tenho 20 anos de comércio e sei que quando se derrama óleo no esgoto, você causa um problema seríssimo. Eu sempre tive essa consciência”, afirma.

 

Para o empresário, a parceria une o útil ao agradável. “Nada melhor do que proteger a natureza e ainda receber o produto de limpeza”, diz. Hamilton deixa claro que, mesmo que não houvesse a contrapartida, entregaria o óleo. “O importante é a destinação correta do material e a preservação do meio ambiente”, reitera. 

 

No Cariri, a Sema recolhe cerca de 100 litros de óleo por semana, material que deixa de ser descartados de maneira irregular. “É muito bom para nós comerciantes, que temos uma preocupação a menos e sabemos que não estamos poluindo o meio ambiente”, afirma.

 

Rejane Lemos Freire é sócia administradora da Recigraxe e explica que a coleta é feita diariamente nos diversos pontos e que a parceria com a Sema estimulou a adesão das pessoas e fez o volume coletado aumentar significativamente. “Foi muito importante essa parceria, porque através dela conseguimos envolver mais pessoas e estabelecimentos”, afirma Rejane. 

 

Com esse envolvimento maior, a empresa também tem coletado mais: são cerca de 5 mil litros de óleo por semana na Orla da Atalaia. “Aumentou bastante, mas ainda é um número reduzido em virtude da demanda. Quanto mais óleo recolhermos, menos impacto ao meio ambiente será causado”, ressalta. 

 

E esse impacto, segundo Raphaella, é grande. De acordo com ela, um litro de óleo contamina mais de 20 mil litros de água. “Parece simples, mas é muito importante”, ressalta Raphaella, acrescentando que o impacto é bastantes significativo, já que a substância é altamente poluente.

 

“Além disso, o óleo não se mistura à água, criando uma lâmina oleosa que dificulta a respiração de animais e polui a água, além de causar o entupimento de tubulações. Então, embora seja uma ação simples, se você for juntando o óleo e descartá-lo corretamente, vai estar contribuindo muito com o meio ambiente”, reforça.

 

Da AAN