Use as redes sociais a seu favor

Publiciado em 31/03/2019 as 10:06

Se você pretende postar toda a farra com os amigos em sua rede social neste fim de semana, vá com calma. Embora essa publicação prometa render inúmeros likes e comentários, ela pode não ser bem vista por quem está na internet para gerar negócios. E antes de defender o conteúdo em um perfil estritamente pessoal, pense que seus amigos de hoje podem se tornar os parceiros profissionais de amanhã, segundo a análise dos orientadores de carreira.

É que muita gente ainda pensa nas redes apenas como um meio de descontração, “o que não está errado, desde que tomados os devidos cuidados”, alerta Celso Bazzola, consultor em Recursos Humanos e diretor da Bazz Estratégia e Operação de RH. No entanto, uma boa parcela dos internautas já percebeu que o uso adequado pode potencializar as carreiras, promovendo o crescimento profissional e o network. Mas, como saber esse limite? “Simples. Basta levar em conta que nesse novo mundo online que muitos estão descobrindo são necessários muitos cuidados similares aos que tomamos em nosso dia a dia, nos passeios, no trabalho ou em casa. O recomendável para se valorizar é dar foco adequado ao que é positivo e evitar exposições desnecessárias”, recomenda. Uma dica é entender a linguagem de cada ferramenta. O linkedIn é mais profissional, enquanto Instagram e Facebookexibem conteúdos diversos.

Com base nesse entendimento, publique com inteligência. “Cada vez mais se multiplicam publicações vazias, assim busque se diferenciar com publicações pertinentes. Evite postes irrelevantes que possam atrapalhar sua imagem. Busque levantar assuntos relacionados ao seu campo de atuação”, sugere Bazzola, que ainda diz: “evite debates inúteis. Nas redes sociais existem momentos tensos, de debates políticos, religiosos e outros similares, contudo, por mais que possa ‘coçar’, evite entrar nesse tipo de conversa. Repare que essas não levam a lugar nenhum e não terminam bem. Sem contar que você não sabe qual o posicionamento dos parceiros de negócios”.

Pessoas x marca
Ao criar um perfil no Instagram, o professor e consultor esportivo Guilherme Sarmento não quis separar a conta profissional da pessoal. Atento às noções de coach, foi na lógica de que os dois contextos andam ligados e interagem entre si. “Na minha página, por exemplo, tem viagem, família e trabalho. Mas essas postagens têm sempre o intuito de passar informação, seja motivacional ou de alguma estratégia sobre mindset e ciência, presentes na minha área”, defende.

Não à toa, ele também enxerga o benefício de criar uma aproximação com os seguidores a partir da imagem de ‘pessoa física’. “É comprovado em estudo que esse público se relaciona melhor com pessoas do que com marcas na internet. Por isso, as grandes empresas contratam modelos, celebridades e influenciadores digitais para se tornarem a cara daquela marca. Isso facilita a identificação”, reforça Sarmento, que também utiliza estratégias como mostrar um pouco da vida social, dentro da lógica da saúde física e mental, tão presentes no seu ramo de atuação.

Ainda de acordo com os orientadores de carreira, o bom senso em relação à linguagem, foto e conteú­­­do compartilhado segue para todos os públicos. É que, embora as empresas estejam mais flexíveis em relação à presença online, elas sempre dão aquela olhadinha num candidato com potencial a uma vaga.

Algumas dicas
Segundo celso bazzola

Amplie seus contatos qualificadamente: é interessante ter um amplo grupo de amigos, assim busque amizade online com pessoas que tenha contato e ache interessante profissionalmente. Contudo, se preocupe mais com a qualidade do que com a quantidade

Cuidado com as características das redes: não é por que o Linkedin tem um lado mais profissional e o Facebook é mais aberto que deverá tratar o segundo com maior desleixo, saiba que parceiros e recrutadores também entrarão nessa rede

Valorize conquistas profissionais: mostre as ações que realizou que tiveram sucesso, resultados de projetos que foram interessantes ou titulações alcançadas, contudo, evite se autopromover demasiadamente, pois isso pode soar arrogante

 

*por Edi Souza/Folha