Prevenção ao suicídio: como ajudar alguém que está com problemas

Publiciado em 26/09/2022 as 13:00

O suicídio tornou-se um problema de saúde pública. Entre os jovens de 15 e 29 anos, já é a quarta causa de morte no mundo. Anualmente, são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil e mais de 1 milhão em todo o planeta. Os impactos dessas mortes são sentidas na sociedade, pois afeta culturas, classes sociais e origens diferentes. Para reverter esse fenômeno complexo, é preciso conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental.

 

De acordo com a coordenadora da Clínica de Psicologia da Universidade Tiradentes, Jamile Figueiredo, é importante ter ajuda para desenvolver estratégias de enfrentamento contra ansiedade, depressão, traumas e outras questões mentais e emocionais que podem culminar no suicídio. “O cuidado em saúde mental é uma dimensão da nossa vida que não pode ficar esquecida, que não pode ser deixada para segundo plano, porque sem saúde mental não há saúde, não tem como falar em saúde se a gente não vai bem em relação a nossa saúde mental”, diz.

 

“Muita gente ainda não sabe como é o trabalho de psicólogos e é resistente em procurar ajuda. Aquela questão de dizer que quem vai se matar não avisa é um mito. As pessoas pedem ajuda de diversas formas. Às vezes, o pedido não vem verbalizado ou de uma forma tão organizada no discurso, mas vem numa mudança de comportamento, a pessoa tende a se isolar mais ou às vezes uma pessoa pode até parecer super feliz, mas ninguém imagina que pode estar acontecendo alguma coisa”, alerta.

 

Compreensão, empatia e interesse são essenciais no acolhimento à pessoa que está passando por problemas. “Perceber que o outro não está bem depende muito desse olhar, de ter sensibilidade para olhar para o humano. Não achar que só vai acontecer distante da gente, mas que pode acontecer com quem está ao nosso lado, com quem mora na nossa casa e a gente precisa estar atento aos sinais. Algumas vezes, o conteúdo que a pessoa vai postar nas redes sociais, está postando ali como pedido de ajuda também, algo que possa refletir um pouco do que ela está sentindo e às vezes só falta um pouco de acolhimento de sensibilidade e de menos julgar”, salienta Jamile.

 

“É sempre um desafio acolher e ajudar sem parecer invasivo ou sem ser invasivo, sem ser julgador ou às vezes até correndo risco de falar sobre isso e a pessoa se fechar. Mas de forma geral, funciona muito bem, mostrar que ela pode contar com você, que você vai ser guardião das informações que ela lhe passar, que você pode indicar um serviço profissional, pode ajudar a marcar uma consulta, pode ir junto com a pessoa, mostrar que está perto”, orienta.

 

Às vezes uma simples pergunta: ‘como é que você está?’ ajuda. “Não é uma pergunta comum, como a gente faz muitas vezes e já espera uma resposta no automático: ‘estou bem’. É simplesmente parar de verdade para saber como é que o outro está, isso faz toda a diferença. Às vezes, não é preciso fazer muito, mas mostrar que está junto, que está perto, que a pessoa pode verdadeiramente contar com você. Isso já ajuda demais, é um diferencial entre vida e morte para muita pessoa”, conclui a coordenadora da clínica.

Clínica de Psicologia

Há 20 anos, a Clínica de Psicologia da Unit oferece atendimentos psicológicos de qualidade e acessíveis à população, contribuindo com mudanças promotoras de saúde mental para os usuários do serviço e suas famílias. O interessado pode entrar em contato pelo número de telefone 3218-2213 ou pelo WhatsApp (79) 98107-9590, de segunda a sexta-feira das 08h às 20h. Se preferir, pode comparecer presencialmente dentro do horário de funcionamento no endereço: Av. Murilo Dantas, 54, bairro Farolândia, Aracaju (SE).

 

 

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