Projeto Rodas da Vida garante humanização e diálogo qualificado ao paciente e seu acompanhante no Huse
Com a retomada há quase quinze dias do Projeto Rodas da Vida, pacientes, acompanhantes e profissionais do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), estão vivenciando um novo conceito no cuidado. É a humanização e o diálogo qualificado, que fazem toda a diferença na vida de quem está internado ou acompanhando o seu familiar, muitas vezes em momentos dolorosos. A atividade acontece semanalmente na Ala G Oncológica e no Internamento.
O projeto é desenvolvido em parceria com vários profissionais de saúde, numa roda de conversa entre eles, os pacientes e, principalmente, os acompanhantes, com a finalidade de ser um espaço de encontro entre diferentes saberes, de modo a produzir integração, empoderamento dos participantes e valorização do protagonismo na vida. A terapeuta ocupacional do Huse, Márcia Larissa Ferreira, destaca a importância do retorno das atividades do “Rodas da Vida “.
“Ficamos quase dois anos sem fazer o Rodas da Vida por causa da pandemia e retornamos no final de agosto. Na Ala G Oncológica, a gente trabalha o projeto na perspectiva de cuidar um pouco de quem está cuidando, de motivar o acompanhante, o paciente e o profissional também. Para esse encontro trouxemos uma dinâmica chamada de Maré de Emoções, nele vamos saber como esses acompanhantes estão se sentindo e fazer uma intervenção em relação a isso, cuidar um pouco mais deles”, explicou Márcia Larissa.
Além da terapeuta ocupacional, médico, assistente social e a psicóloga também atuam no projeto. A assistente social da Oncologia do Huse, Vandeziana Alves, ressalta o trabalho do Serviço Social no Rodas da Vida. “O serviço social junto com a terapia ocupacional traz diversos temas para serem trabalhados com os acompanhantes, principalmente temas que eles tenham dúvidas. No serviço social especificamente a gente fala sobre os direitos sociais, quais são os direitos sociais que o paciente oncológico tem enquanto paciente, assim como os acompanhantes”, enfatizou.
Muitos acompanhantes e pacientes têm dúvidas sobre as obrigações do município que residem quanto a questão de transporte, ajuda de custo, casas de apoio, direitos previdenciários, aposentadoria, fundo de garantia, benefícios sociais, entre outros quesitos. A assistente social faz a orientação e o encaminhamento para as secretarias de assistência social do município de origem para solicitar e requerer os benefícios. Além da importância do acompanhante dentro do tratamento, existe todo o processo da questão do afeto e cuidado, dividir as responsabilidades com outros familiares.
A jovem Maria Renata Santos, está acompanhando o pai há quase um mês e se sente muito cansada porque não tem como dividir as responsabilidades com outro familiar. “Me sinto cansada psicologicamente também. Meu pai contraiu a Covid e fiquei no isolamento fechado, um momento difícil. A gente acaba ficando cansada por está aqui dentro e essas dinâmicas ajudam demais, o psicólogo também sabe conversar com a gente. Eu sou muito responsável por ele, mas feliz por ter disponibilidade de cuidar do meu pai”, afirmou a jovem.
A dona de casa Priscila Santos, está acompanhando a tia, internada há vinte dias para tratamento oncológico. Ela resumiu o momento que está vivendo durante a temática que foi abordada no Rodas da Vida. “É um misto de emoções, a gente fica muito sensível aqui dentro convivendo com a dor do outro. Esses trabalhos ajudam a gente se expressar e aliviar o coração”, disse.
A estudante Monique Estela Gomes, está com a mãe internada há oito dias na Ala G. Mesmo diante da situação difícil, ela está confiante e não desanima. “Estou confiante e muita grata a Deus, não podemos perder a nossa fé, estou pedindo pela saúde de minha mãe, só tenho ela, sou casada, tenho filhos e minha situação é bem complicada porque só eu que fico com ela. Estou correndo atrás para saber se ela tem direito a algum benefício social e essas atividades ajudam a esclarecer sobre os nossos direitos”, finalizou.
Da ASN
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