Psicólogos discutem a atuação nas políticas públicas de atenção integral à população LGBTQIA+

Publiciado em 10/07/2020 as 13:03

"O arco-íris no horizonte fascista: a atuação do psicólogo nas políticas públicas de atenção integral à população LGBTQIA+" foi o tema da terceira mesa do  Seminário ‘Psicologia, Democracia e Direitos Humanos no Brasil: por uma psicologia atuante na promoção de liberdade e dignidade humana’, evento promovido pelo Conselho Regional de Psicologia de Sergipe, por meio da Comissão de Direitos Humanos. O debate virtual dessa quarta-feira, 8, trouxe como convidadas as psicólogas Céu Cavalcanti (CRP-05/57816), doutoranda em Psicologia e Conselheira do CRP-RJ e Camila Mireli Calaça de Sá (CRP-19/3336), especialista em Saúde Mental e Conselheira do CRP-SE.

 

Céu Cavalcanti levantou questão sobre como um conjunto de imagens relacionadas a uma determinada população, valoriza, hierarquiza, e diz quem é mais humano ou menos humano, quem merece ser protegido pelo Estado, quem pode não ser protegido pelo Estado. A psicóloga cita ainda como efeito direto desse cenário, os vários organismos internacionais que hoje apontam que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. “Isso é muito sério, muito grave, porque a gente, além de tudo, se vende como um país que muito acolhe as diferenças. Isso aponta uma ausência de política pública e uma negativa de pensar sobre isso, tanto por questões morais tanto por puro preconceito”, disse.

 

Camila Calaça expôs experiências sobre a ausência das políticas públicas e as lacunas nos diversos segmentos “Ainda na academia tive contato com disciplinas como políticas públicas e entendi que esses espaços não são dados, são conquistados e construídos por movimentos. Espero muito que enquanto categoria, possamos todas e todos, construir juntos a psicologia das diferenças, precisamos estar a todo momento nos questionando”, falou.

 

“Defendo que a psicologia tem que estar na linha de frente da democracia.  Ocupamos um espaço privilegiado e temos que aproveitar este pequeno poder de contribuir na mobilização das pessoas de irem no sentido contrário ao estado de violência”, completou Conselheiro Fernando Antônio, coordenador da Comissão de Direitos Humanos do CRP19.

 

Da Ascom