Asma infantil: é possível evitar?

Publiciado em 23/07/2019 as 14:05

Asma é uma doença crônica que consiste na inflamação nas vias respiratórias aéreas, dificultando e até impedindo a passagem de ar. Se para os adultos ela já traz sérias complicações, para o público infantil é ainda mais grave. As mudanças climáticas bruscas, características do período de inverno, contribui para que as pessoas sejam acometidas por alergias ou infecções virais no aparelho respiratório. A saúde das crianças, requer ainda mais atenção nessas épocas, pois, quando não tratados adequadamente estas complicações podem desencadear a asma.

De acordo com a alergologista infantil do Hapvida, Camila Budin Tavares, a doença está associada às crianças prematuras ou cujo os pais fumaram durante a gestação, mas ela também pode surgir como reação de quadros alérgicos, ou infecções por vírus. “A presença de alergias e o aumento da responsividade das vias aéreas são os principais fatores de risco para a asma persistir na fase adulta”, explica ela.

A especialista diz que, embora o fator genético influencie no aparecimento da asma, ele não é determinante. O fator ambiental é uma das suas principais causas. “Os fatores genéticos se somam aos fatores ambientais. Muitas vezes a criança é alérgica não tendo histórico familiar de alergia”.

O organismo da pessoa identifica os agentes irritantes e faz com que a musculatura que existe em volta do brônquio se contraia, fechando o órgão e impedindo que o ar contaminado entre nos pulmões. A médica explica que a maioria dos casos de asma começa precocemente, antes dos seis anos de idade. Os sintomas podem ser observados desde os primeiros meses de vida. Os pais precisam prestar atenção se, após exercício físicos, choro ou riso, a criança apresenta chiado durante a respiração, tosses noturnas mesmo na ausência de resfriados ou infecções virais com duração superior a dez dias.

A asma não tem cura. Ao diagnosticar os sintomas de asma os pais devem procurar o médico para iniciar o tratamento de controle que é feito com uso de corticoides. A medicação é administrada para controlar os sintomas, diminuir a frequência das crises e torná-las menos graves.

Mas Drª Camila Budin orienta que é possível evitar a asma. No caso de crianças não alérgicas, a prevenção se faz ao evitar infecções respiratórias com duração superior a dez dias, evitar o convívio com pessoas fumantes. Nas crianças com perfil alérgico, controlar o ambiente, afastando o fator alergênico é importante.

Controlar a asma ainda na infância é um importante investimento para  a fase adulta, pois ao se tornar um quadro grave de inflamação, a doença pode levar à perda da função pulmonar. “os pacientes acompanhados desde cedo, ainda podem ter crise, mas sem perda da função”, diz a especialista.

A asma é uma das doenças mais comuns no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 300 milhões de pessoas no mundo todo, provocando de 40 a 50 mil mortes anuais e gastos na ordem de 10 a 20 bilhões de dólares a cada ano.Estima-se que, no Brasil, cerca de 10% da população sofra com o problema.