Uma mentirinha só faz mal?

Especialista aborda os problemas que uma mentira pode acarretar

Publiciado em 15/04/2019 as 10:27

O hábito de mentir está presente na história da humanidade há séculos, e inclusive já virou temas de livros infantis como o Pinóquio, filmes famosos como O Mentiroso de Jim Carrey, peças teatrais e tantas produções que exploram o curioso hábito da mentira.

A psicóloga do Hapvida em João Pessoa Danielle Azevedo fala sobre o hábito de mentir e afirmam que por mais que cause vergonha, todo mundo já mentiu. Porém, por trás de uma mentira, seja ela minúscula ou de grandes proporções, sempre há um histórico de personalidade, experiências de vida e comportamentos.

A especialista Danielle Azevedo destaca que por mais simples que seja uma mentira, elas são praticadas, e por isso a importância de observar como ela ocorre.

“O que vale ressaltar é que há casos em que algumas pessoas não sabem se relacionar sem mentir. E aí a mentira passa a ser uma ferramenta muito comum para se beneficiar e prejudicar as pessoas, seja em relacionamento, trabalhos ou qualquer outro lugar.”, enfatiza.

A psicóloga colocou que é preciso estar atento ao dia a dia das pessoas que mentem porque a mentira em nível elevado passa a ser uma doença, conhecida como mitomania, que nada mais é que um distúrbio de personalidade.

“A mitomania ocorre quando o paciente mente compulsivamente com o objetivo de se beneficiar ou prejudicar as pessoas. Quem sofre deste distúrbio tem grandes dificuldades de se relacionar socialmente e não demonstram constrangimento quando as mentiras são descobertas. Além disso, acreditam na própria mentira, tornando difícil a realização do tratamento em consultório.”, explica.

Em casos de mitomania há uma dificuldade muito grande de reverter o quadro. Porém, é possível que haja uma diminuição do quadro clínico com o tratamento psicoterápico, uso de psicotrópicos em conjunto com a psiquiatria.

“Por se tratar de um distúrbio de personalidade, o paciente precisa ter um acompanhamento multidisciplinar, pois é uma patologia que não tem cura. Em casos de mitomania o paciente precisa aprender a conviver com a doença e o próprio paciente será o responsável pelo controle da patologia, o que é considerado muito difícil, porém, não chega a ser algo impossível.”, elucida.