Oncologista fala sobre os tipos de câncer que mais acometem as mulheres

Publiciado em 15/10/2018 as 14:43

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), dando continuidade às comemorações ao Outubro Rosa, traz mais um assunto importante para a saúde da mulher: a incidência do câncer. De acordo com estimativas feitas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), espera-se que ocorram no Brasil em 2018, 60 mil casos novos de câncer de mama, o tipo mais comum entre as mulheres. Em 2016, houve 16 mil casos de óbitos no país. No estado de Sergipe, a estimativa para 2018 é de 550 casos novos de câncer de mama e 250 casos novos de câncer colorretal, o segundo mais importante atualmente.

Além do câncer de mama e do colorretal, nas primeiras posições, há em terceiro lugar o câncer de colo uterino que, segundo informa o cirurgião oncológico do Hospital de Urgência (HUSE), órgão gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde, Dr. Carlos Anselmo Lima, já esteve em uma posição de destaque, mas as ocorrências diminuíram devido aos exames de rastreamento e prevenção. Há ainda o crescimento do câncer de pulmão. “O câncer de mama mantém uma incidência razoavelmente estável ao longo dos anos, não vemos aumento da taxa de incidência. Claro que o número de casos absolutos aumenta porque a população cresce como um todo. Então quando a gente pega taxa de incidência, que é o número de casos, e divide pela população, a gente vê que ao longo dos anos o Brasil mantém uma estabilidade” explica Dr. Carlos.

O Ministério da Saúde (MS) recomenda que a mamografia seja feita a cada dois anos se a mulher não tiver história familiar. Se tiver história familiar é preciso começar a fazer o exame mais cedo e anualmente. Para as que têm o fator genético, a mamografia deve ser feita entre 30 e 35 anos. Já para aquelas que não possuem nenhuma alteração genética conhecida na família a recomendação do MS é que inicie aos 50 anos, fazendo mamografias bianuais.

“Países como os EUA, por exemplo, que têm uma incidência de câncer de mama cerca de duas vezes e meia a mais do que a nossa, hoje já estão recomendando que a mamografia seja iniciada a partir dos 45 anos e há uma tendência de que isso possa até modificar no futuro. Na Europa a partir dos 50, no Canadá também a partir dos 50. Os EUA que eram rígidos na orientação de começar aos 40 anos hoje recomendam que: a mulher dos 40 aos 45 anos, se quiser fazer, não está impedida, mas a recomendação é que, a partir de 45 anos, possa fazer anualmente até os 54 e, a partir dos 55, bianualmente, mas é uma orientação de um país que tem uma incidência de câncer de mama muito maior do que a nossa. No nosso país está muito bem justificado que se comece aos 50 anos, a cada dois anos”, reforça Dr. Carlos.

Prevenção

É possível detectar precocemente o câncer de mama através de exames de rastreamento como a mamografia, por exemplo, mas evitar é mais difícil, pois depende de vários fatores ligados ao estilo de vida da mulher e a genética. Já o câncer de colo uterino pode ser completamente evitado, com a realização do exame preventivo Papanicolau ou exame de lâmina que, se a mulher faz periodicamente, as chances de detectar alterações aumentam. “Se essas alterações forem deixadas de lado, se transformarão em câncer. Porém, essas transformações podem ser detectadas através do exame e tratadas, evitando-se que o câncer ocorra. Fatores como não engordar ao longo da vida, ter uma dieta saudável com frutas e verduras, fazer atividade física, diminuição de carne vermelha, diminuição de gordura na alimentação, dando preferência ao peixe, à carne branca, dar preferência a grãos integrais, diminuição do stress e a realização dos exames são coisas que podem diminuir a chance de desenvolver o câncer de mama”, informa o cirurgião.

Sintomas do câncer de mama

Aparecimento de nódulo, caroço na mama que possa crescer, endurecido. Alterações na pele como retração, abaulamento, ulceração e feridas são sintomas, inclusive, de um câncer mais avançado. Mas em geral o aparecimento de um caroço, com a detecção de câncer por biópsia, já é necessário que se tenha o tratamento.

Tratamento

O tratamento pode ser individualizado e através de outros exames conhecidos como de classificação molecular. A decisão pela cirurgia ou quimioterapia, o uso de medicações, a hormônio terapia, e radioterapia, vai depender do caso. A avaliação total do diagnóstico é que leva à forma de tratamento.

Cura

As chances de cura são reais e estão bastante aumentadas divido ao tratamento personalizado. “Quanto mais cedo detectar a doença é melhor. A chance de cura hoje já está chegando próximo aos 80% em cinco anos, ou seja, a cada 100 mulheres, 80 estarão vivas em cinco anos” diz o médico.