SES mobiliza municípios para ampliar a cobertura vacinal contra o HPV

Publiciado em 12/09/2018 as 12:04

A gerência do Programa de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sândala Teles, começa nesta quarta-feira, 12, a mobilizar os municípios sergipanos para traçar estratégias de mobilização para a vacinação de adolescentes contra o HPV (Vírus Papiloma Humano), uma infecção sexualmente transmissível. Também na manhã desta quarta-feira participa de reunião com as equipes do Programa Saúde na Escola (PSE) em busca do apoio necessário para reverter o cenário de baixa cobertura vacinal no Estado.

“Precisamos sensibilizar as equipes do PSE que, por sua vez, deverão trabalhar com os professores para que se engajem nessa luta. Além disso, vamos solicitar também o apoio do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) porque, ainda que não estejamos em campanha, é importante a somação de todos para que possamos imunizar os adolescentes contra essa grave infecção”, disse a gerente do Programa na SES, Sândala Teles.

A vacina, que é uma rotina nas Unidades de Saúde da Família (USF), ganhou evidência na última semana, quando o Ministério da Saúde lançou na terça-feira, 2, uma campanha publicitária de mobilização e comunicação para a imunização do adolescente contra a infecção.

*Vacina*

A vacina contra o HPV é quadrivalente, imunizando contra quatro tipos de vírus, sendo dois responsáveis pelas verrugas genitais e dois estão relacionados aos cânceres de colo de útero, retal e de pênis. A imunização só se completa se o adolescente tomar as duas doses, segundo informou o gerente de Programa IST/Aids, médico Almir Santana, revelando em números de uma série histórica a baixa cobertura vacinal contra a infecção no Estado de Sergipe.

“No caso dos meninos, o cenário é mais preocupante. A série histórica apresenta uma cobertura de 34.43% para a primeira dose e de 9.35% na segunda dose. Quanto às meninas, a inquietação fica por conta do retorno para completar a imunização. Para a primeira dose, a estatística aponta uma cobertura de 97.54%, percentual que cai para 53.15% na segunda dose”, disse Almir Santana, lamentando a baixa imunização de garotos e garotas contra o HPV.

A vacina contra o Vírus Papiloma Humano é destinada a meninos com idade entre 11 e 14 anos, meninas de 9 a 14 anos e jovens que têm Aids até os 26 anos de idade, e tem como função estimular a produção de anticorpos contra a infecção. No entanto, não preveni contra outras ISTs como destaca Almir Santana, salientando a importância da vacina desde cedo para os adolescentes que ainda não iniciaram a vida sexual. O gerente do programa IST/Aids alerta também para a necessidade de pais e responsáveis se engajarem no esforço das equipes de saúde e dos professores para a prevenção ao HPV.

O infectologista Marco Aurélio salientou que vários estudos têm mostrado que em algumas populações, mais de 50% das pessoas já tiveram contato com o vírus, o que, em sua avaliação, representa um risco muito aumentado. “Ao vacinar os adolescentes antes do contato sexual, está se diminuindo o risco de ter a transmissão dos principais vírus de HPV e, nas mulheres, reduzindo a incidência do câncer de colo de útero, que ainda é o principal tipo de câncer feminino no nosso meio”, reforçou o médico, alertando para a importância da adoção de outras medidas preventivas contra o HPV, como o uso de preservativos.

Lembrou o infectologista que a vacina é uma grande vitória da sociedade civil, que lutou para incorporá-la no calendário de vacinação. “O fundamental é entender que o mundo já incorporou a vacina contra o HPV, que as sociedades médicas de Ginecologia, de Infectologia e de Pediatria, todas elas recomendam e reforçam a necessidade da vacina. Então, é importante a população saber que esta é mais uma estratégia para se prevenir de infecções graves, e é essencial que os pais apoiem filhos e filhas a se vacinarem”, aconselhou.