Sergipe realizará o primeiro transplante de pele
Nesta segunda- feira, 20, às 13h, o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizará o primeiro transplante de pele do estado de Sergipe, com autorização provisória do Ministério da Saúde (MS) e parceria com o Banco de Pele de São Paulo que oferecerá o material necessário. A expectativa é que o Ministério da Saúde conceda, a partir dessa cirurgia, a habilitação definitiva para que o hospital dê continuidade ao procedimento rotineiramente.
De acordo o coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do HUSE, Dr. Bruno Cintra, é um paciente jovem com uma área de 40% do corpo queimada, todas de terceiro grau, classificado como gravíssimo e com a chance de óbito de mais de 70%. O transplante de pele pode reduzir bastante esse índice, de forma que ele continue vivo.
“É um transplante temporário, não é uma pele que se coloca e vai nascer pele normal, mas ela fica no paciente em torno de 15 a 20 dias que é o tempo que precisamos para tirar esse paciente de uma fase crítica, de forma que haja condição de tratá-lo da melhor forma possível. A grande importância é que se não usarmos esse tipo de tratamento a chance de morte é altíssima, é uma arma muito necessária e importante para começarmos a utilizar aqui em Sergipe. Vai ser o primeiro, e não digo tomara que de muitos, porque eu não quero pacientes muito graves, mas é uma porta aberta para ajudarmos outros pacientes a ficarem melhor”, explica Dr. Bruno.
O coordenador da Central de Transplantes em Sergipe, Benito Oliveira Fernandez, foi procurado por Dr. Bruno Cintra, cirurgião plástico e quem fará o procedimento, que informou sobre o estado gravíssimo do paciente. “Então, entramos em contato com o Sistema Nacional de Transplante (SNT) do Ministério da Saúde (MS) e solicitamos uma autorização provisória específica para esse transplante. O Ministério deu essa autorização e o Banco de Pele em São Paulo já sinalizou que estará oferecendo o material. A cirurgia está agendada para a próxima segunda-feira”, diz Benito.
O primeiro banco de tecidos do mundo foi criado em 1949, pela Marinha dos Estados Unidos. No Brasil, em 1956, surgiu o banco de pele da Unidade de Queimaduras do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), mas somente em 1997, o transplante de órgãos e tecidos humanos foi regulamentado por meio da lei nº 9434. No início a doação de órgãos e tecidos era presumida para qualquer indivíduo, porém com a lei nº 10211, de 2001, passou a ser necessário o consentimento informado, com consulta familiar para autorização da doação.
*Doação*
A Central de Transplantes de Sergipe realiza palestras em escolas, igrejas, associações de bairro e quem tiver interesse pode entrar em contato através do telefone (79) 3259-2899. Há, também, o Educar para Doar, um projeto voltado para adolescentes que tem como objetivo, informar e motivar a doação de órgãos.
“Falarmos de doação sempre é muito importante, já que essa pele é oriunda de um corpo morto, para enfatizar a participação de todos os seguimentos da sociedade no processo de doação. O transplante pode salvar vidas, mas é preciso que as famílias autorizem a doação do material que possa ser transplantado. É um trabalho de educação, de mudança de cultura, no intuito de saber que, com a morte do nosso corpo podemos beneficiar outras pessoas”, conclui.
Nutrição esportiva se mostra uma excelente aliada para um bom desempenho físico
Essa vertente da nutrição não só beneficia atletas de alta performance, como também contribui para a promoção e proteção da saúde.