Paternidade: A importância da figura paterna na criação dos filhos

Publiciado em 11/08/2018 as 17:00

As famílias tem inúmeras formas e composições, nem toda família tem a figura paterna, no entanto, muitas vezes esse papel é desenvolvido por outros parentes. A paternidade é tão importante quanto a maternidade, e a sua atuação está para além dos estereótipos de provedor. O psicólogo do Hapvida, Vitor Matos, fala sobre a importância desse papel. “O pai tem a sua importância já no processo de gestação, no qual o seu envolvimento transmite amor, carinho, segurança para ambos (mulher-filho). A sua presença caso haja alguma complicação no quadro da gestação é fundamental, o que contribui para estabelecer um vínculo (independente do gênero) com a criança em prol da construção e desenvolvimento do seu papel. Ao nascer e se desenvolver, a criança observa os seus pais como “espelhos”, exemplos a ser seguidos para a sua vida, por isso, ela imita os diversos comportamentos apresentados em casa, podendo ser saudáveis ou não”, explica.

 

Segundo o especialista, o pai, historicamente, tem o papel de provedor do lar, no qual é exigido pela criação ser forte e não demonstrar sentimentos, tendo a imposição de limites como a principal tarefa para a criança e trazer alimento para a casa. Mas com o passar dos anos, esse olhar sobre a paternidade tem criado novas formas. “Atualmente, o pai ainda é visto como uma figura de autoridade, no entanto é necessário perceber que não é somente o financeiro que ajuda no desenvolvimento da criança, mas também demonstrar seu afeto, participar ativamente na construção da identidade dos filhos e contribuir para o processo criativo e espontâneo da criança. Em outras palavras, a figura paterna deve ter a capacidade de agir de modo “adequado” diante de situações novas, criando respostas inéditas que auxiliem em uma relação saudável”, esclarece Vitor Matos.

 

O psicólogo acrescenta que esse papel pode sim ser desempenhado por outras pessoas. Valores como o respeito e verdade, estão entre os mais citados, no entanto, nem sempre na mesma intensidade, devido ao processo educativo das outras pessoas terem sido, geralmente, diferente dos quais os pais estabelecem, o que pode dificultar ou não o processo de aprendizagem da criança.

 

É fundamental entender que existe diferença em relação a paternidade de pais separados, a parentalidade, e a de pais juntos, que seria a conjugalidade. “Em ambos os casos, é necessário o pai ter esse momento com a criança, começando apenas no simples ato de comunicar-se, conversar diariamente para saber como está, participar ativamente das atividades escolares, oportunizar momentos de lazer, além de ensinar limites para a sua educação. O pai deve se unir com a mãe para criar estratégias de educar a criança de forma saudável, no qual ambos têm a sua relevância”, elucida.

 

A dedicação do pai deve ser constantemente praticada, o simples gesto de brincar, observar, tocar, presentear a criança, estabelecer o diálogo, são essenciais para a construção da identidade e do fortalecimento dessa relação. “Estar disponível para as crianças só aumenta o vínculo afetivo e contribui para o crescimento social. Qualquer dificuldade encontrada, os pais devem procurar ajuda profissional para auxiliar nesse processo desafiador. E uma mensagem para o dia dos pais é um lembrete: “O pai que você é hoje, serão pais amanhã, cultive esse papel e fortaleça a relação com seus filhos”, acrescenta