De olho no gato!

Especialista alerta para a doença da arranhadura do gato

Publiciado em 30/01/2018 as 17:23

Os felinos são sem dúvida animais domésticos muito cativantes, conhecidos pela astúcia e esperteza, esses bichinhos conseguem atrair de crianças a idosos. É possível encontrá-los nas ruas e cada vez mais a adoção e criação desses animais abandonados é importante, no entanto, a especialista alerta para os cuidados e precauções que é preciso ter com algumas doenças, entre elas a arranhadura do gato. O clínico geral Paulo Sampaio, do Hapvida Saúde, fala sobre a doença.

 

“Essa zoonose é causada pela bactéria com distribuição mundial, a Bartonella henselae. Pode ser quando o gato arranha ou morde o humano. Como a bactéria se encontra na saliva do gato entra em contacto com o sangue através da mordida. As unhas são contaminadas com a bactéria enquanto o gato se lambe, podendo também contribuir para a transmissão desta bactéria.

 

Outras formas menos comuns de transmissão é quando o gato lambe feridas abertas da pessoa, quando a pessoa toca nos olhos logo após tocar no gato que acabou de se lamber ou através de parasitas externos”, alerta o profissional.

 

O especialista coloca que os sintomas podem demorar para aparecer. “Após a inoculação através da arranhadura ou mordida, forma-se um eritema no local da inoculação após 3 a 10 dias. Este é o primeiro sinal clínico. O eritema desenvolve-se em vesícula, pápula e finalmente crosta. Devido à sua apresentação, o local de inoculação poderá ser semelhante à picada de um inseto. Passado 1 a 3 semanas desenvolve-se linfoadenopatia regional e unilateral que durará vários meses. Os gânglios linfáticos poderão ficar inchados, sensíveis e com supuração. Em muitos pacientes ocorre envolvimento de um só gânglio”, explica.

Outros sintomas são dores de cabeça, mal-estar, anorexia, náusia, febre e dor abdominal. Mais raramente poderá aparecer artrite, mialgia, hetoesplenomegália e osteíte.

 

A arranhadura do gato tem tratamento, mas a maioria dos pacientes, especialmente, nas crianças, a linfoadenopatia é auto-limitante e não requer tratamento. “A recuperação total ocorrerá dentro de 2 a 5 meses. Como ajuda à recuperação, poderá ser aplicado calor no local da mordida, aspiração da vesícula e administração de analgésicos. Quando a doença é mais grave e se espalha para os órgãos (cerca de 14% das pessoas) necessita de tratamento antibiótico (ex. azitromicina). No caso da angiomatose ou peliose bacilar, é necessário um curso prolongado de antibióticos (3 a 4 meses) para evitar o relapso. Nestes casos, bem como nos casos neurológicos, aconselha-se a utilização de eritromicina ou doxiciclina.”, esclarece o clínico.