Ação no HU promove diagnóstico precoce da hanseníase

Publiciado em 25/01/2018 as 20:47

Cerca de cem usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) estiveram no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) nesta quinta, 25, para a Campanha de Combate à Hanseníase, iniciativa que consistiu em uma manhã de palestras e atendimentos para diagnóstico da doença. A ação é parte do Janeiro Roxo, campanha organizada pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Hansenologia.



A feirante Roselaine Martins foi uma das primeiras a chegar. Ela, que já teve um caso na família, ficou preocupada com a irmã, que apresentou sinais da doença. “Como uma pessoa da minha família já teve, a gente sempre tem que ficar atenta. Fiquei sabendo das palestras no Hospital Universitário e me organizei para comparecer”, afirmou.



À frente da ação, as dermatologistas Ana Luíza Furtado e Martha Débora Lira esclareceram dúvidas e reforçaram a importância de observar os sinais de manifestação da hanseníase. Ana Luíza explicou que o tratamento é gratuito, fornecido pelo SUS e é fundamental para o controle da doença.



Conscientização

“Essa campanha é informativa, o que queremos primeiramente é educar a população sobre o que significa a hanseníase e quais os seus sinais de alerta, como presença de manchas no corpo, esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade nessas lesões. Bolinhas ou carocinhos pelo corpo, perda de pelos, sensação de olho ressecado e nariz entupido também devem chamar a atenção da pessoa”, enumerou.



Já a dermatologista Martha Débora Lira destacou que a hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil. “A gente precisa falar sobre a doença, esclarecer o que é, porque quanto mais cedo o paciente for diagnosticado e der início ao tratamento, melhor para ele, que provavelmente não terá complicações como deformidades, incapacidades físicas. A população precisa ficar atenta à possibilidade desse diagnóstico, porque qualquer pessoa pode ter a doença”, alertou.



Contágio

As médicas ressaltaram que o Brasil é o segundo país do mundo em números de casos. A doença é contagiosa e é transmitida pela respiração, fala, espirro, tosse, acometendo principalmente a pele e os nervos periféricos. Sua principal característica é uma mancha ou qualquer lesão de pele que tenha alteração de sensibilidade. O paciente não consegue diferenciar, por exemplo, o quente do frio naquele local onde tem a mancha.



Apesar de contagiosa, caso o paciente inicie o tratamento, ele deixa de ser um transmissor. “O que representa perigo é o paciente que está em casa, tem a doença, mas não sabe, não procurou um médico. Esse sim pode estar contaminando outras pessoas. O sucesso do tratamento depende de tomar os comprimidos direitinho e comparecer às consultas com a frequência recomendada. O dermatologista é o especialista, mas o médico do posto de saúde está apto para fazer o diagnóstico e tratamento da doença”, lembra Martha Débora.



O tratamento é feito por via oral com uma associação de antibióticos. Contudo, o seu diagnóstico deve ser precoce, a fim de minimizar os riscos da doença. Foi por saber da importância do diagnóstico precoce que o pedreiro José Raimundo Santos compareceu ao HU. “Eu vi na televisão que ia ter essa palestra e vim tirar minhas dúvidas, saber direito o que é essa doença e também passar essas informações para outras pessoas que eu conheço e que não puderam estar aqui, porque para quem tem essa doença é muito importante se tratar”, declarou.