Apesar desse personagem render muitas risadas nos circos mundo a fora, ele também foi tema de famosos filmes de terror como It: A Coisa (2017), Amusement (2008), Clownhouse (1989) e outros, isso porque, curiosamente, esse personagem alegre desperta medo em algumas pessoas ao longo dos anos. A psicóloga Sarah Lopes, do Hapvida, explica o que é a Coulrofobia.

 

“Coulrofobia está inclusa no CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) como uma fobia específica. Não há a descriminação do objeto do medo, entretanto, este termo é utilizado para designar um medo excessivo e paralisante por palhaço”, esclarece.

 

Segundo a especialista, as fobias podem variar um pouco nos sintomas, mas existem algumas características que são gerais. “O sentimento de pânico incontrolável e involuntário, terror ou temor, mesmo quando percebe que não há nenhum perigo real, a sensação de que deve evitar o que imagina ser perigo mesmo sem motivo, a incapacidade de levar a vida ou participar de eventos quando percebe que corre o risco de encontrar. É comum também alguns sintomas físicos como a sudorese, taquicardia, ansiedade intensa, respiração dificultada e a incapacidade em controlar o medo”, elucida.

 

A psicóloga ainda acrescenta que esse tipo de fobia é mais comum em crianças, mas, para ser caracterizado como um transtorno ou como uma sintomatologia que caracterize uma fobia, é preciso ter um conjunto de sintomas, mesmo em situações de exposição por mais de uma vez. Para as crianças, uma figura que para ela não é comum, pode causar estranheza ou medo, por se tratar de uma figura desconhecida, mas, após perceber que em várias tentativas de harmonização com a figura do palhaço, ainda assim percebe-se um medo irreal, pode-se caracterizar como uma fobia específica, mas é necessário uma avaliação de um profissional antes da rotulação como uma fobia.

 

No entanto, assim como as outras fobias, a psicóloga ressalta que a Coulrofobia tem tratamento. “Inicialmente, entende-se que as fobias podem se caracterizar como uma variação da ansiedade, então, o primeiro passo é tentar reduzir a ansiedade. A Terapia Cognitivo Comportamental possui bons resultados no tratamento de fobias, isto porque trabalha com o pensamento realista e de forma gradativa a exposição imaginária ao objeto que desencadeia o medo. Pode ser necessário fazer uso de medicação, mas, para isto, um psiquiatra deve ser consultado”, informa.