Sete passos para reduzir em até 83% o risco de morte por doença cardíaca

Publiciado em 16/06/2017 as 19:43

Todos sabem que um estilo de vida saudável é importante para envelhecer bem. Mas olha só um dado que talvez você não conheça: a pessoa pode reduzir em 83% o risco de morrer por uma doença cardíaca com alguns ajustes na rotina, segundo a American Heart Association (AHA). Por isso, a pesquisadora e professora da Harvard Medical School Samia Mora, tornou-se quase uma porta-voz do Life’s Simple Seven, uma lista desenhada pela AHA com sete passos para tratar melhor o nosso corpo.

A AHA chegou à estimativa de que essas mudanças no estilo de vida diminuem 79%, a chance de ter um derrame e 91% de desenvolver diabetes. “Adotar pelo menos cinco desses passos já ajuda”, garantiu a médica. Esse foi um dos assuntos da palestra que ela ministrou esta quinta (15) no 38° Congresso da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, que vai até sábado (17), na capital paulista. Ela veio dos Estados Unidos a convite da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, que também convidou o portal FolhaPE.

Confira os sete passos:

1. Pratique 150 minutos de atividade moderada, como caminhada rapidamente (cerca de 5,5 km/h), toda semana

2. Coma melhor e perca peso

3. Pare de fumar. Cigarro eletrônico também não vale

4. Mantenha normais os níveis de colesterol (menor que 200mg/dL)

5. Controle a pressão sanguínea (menos que 120/80 mm Hg)

6. Reduza a quantidade de açúcar no sangue (menos de 100mh/dL)

7. Torne moderado seu consumo do álcool

No congresso, Mora mostrou dados de um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology (JACC) que analisou durante 25 anos (1990 a 2015) a incidência de mortes por doença cardiovascular, e o Brasil obteve a média de 221 a 290 óbitos para cada 100 mil habitantes, índice maior que o encontrado na América do Norte (91 a 220) – o “cardiômetro” da Sociedade Brasileira de Cardiologia estimou mais de 300 mil mortes em 2016 (158 mil só este ano).

“Eu acho que hoje o maior erro das pessoas é que eles esperam ter um ataque cardíaco ou um derrame para mudar, mas nós queremos mesmo é prevenir, pois sua vida muda após o primeiro problema, e você terá que tomar seis, sete, dez medicações por dia”, comentou.

A médica se baseou em uma pesquisa publicada na New England Journal of Medicine, em 2012, para apontar que houve redução de mortes por acidentes cardiovasculares no mundo de 1969 para cá, e ela credita isso à prevenção e à evolução dos tratamentos. No entanto, chamou a atenção para alguns desafios. O primeiro deles é que a população mundial está envelhecendo, o que aumenta o número de pessoas propensas a desenvolver doenças no coração.

De olho na balança
Outro desafio é a obesidade. Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Brasil são, nesta ordem, os países com o maior número de obesos, segundo o Global Burden Disease Study, publicado pela revista Lancet, em 2014. Imagina que nos últimos 33 anos não houve redução significativa no número de indivíduos obesos no mundo.

A obesidade, segundo o Nurses’ Health Study, aumenta quase 28 vezes a chance de alguém desenvolver diabetes. A taxa para hipertensão é 3.9 vezes e derrame cerebral, 1.5 vezes. “É preciso aconselhar adultos com excesso de peso e obesos com fatores de risco cardiovascular a adotar hábitos que emagreçam, mesmo que de forma modesta, pois a perda de 3% a 5% do peso já produz benefícios clinicamente positivos para a saúde”, afirmou a médica.

É isso: comece agora mesmo a sacudir esse sedentarismo, que atinge órgãos vitais e impacta diretamente na saúde dos músculos e ossos. Mora, por exemplo, disse que parou de tomar o elevador no hospital onde trabalha, aproveitando para se exercitar ao subir escadas. Mudanças pequenas para grandes resultados!