O suicídio é um mal secular e tabu em diversas sociedades, mas recentemente vem ganhando espaço entre diversos especialistas que buscam refletir o problema. Recentemente, a Netflix lançou a série 13 Reasons Why, a produção foi baseada no livro Thirteen Reasons Why (2007), de Jay Asher. A série conta a história de uma adolescente que, após uma série de perseguições e violências sofridas na escola, decide se suicidar. A obra chamou a atenção de inúmeros jovens e adultos para o tema e outras questões como o bullying e preconceitos.

Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, explica de que forma é possível dar suporte e estar atento aos sintomas. “É preciso estar atento aos sinais. A maioria das pessoas verbaliza para alguém próximo o desejo de sumir, fugir, sair do problema, mas é preciso ver que essa fala não é sem motivo algum. Muitas vezes são pessoas que já estão passando por alguma dificuldade ou que não lidam bem com uma frustração momentânea. Outros sinais também devem ser observados, como as pessoas mais isoladas e mais caladas que estão sempre sozinhas”, alerta.

A especialista acrescenta que nem sempre as pessoas que têm esse desejo querem tirar a própria vida, o que elas querem é acabar com a dor que sentem, por isso é fundamental que aqueles que são mais próximos tenham empatia e busquem ajudar.

“É importante se aproximar sem ser invasivo. Tentar conversar, perceber qual a melhor hora, evitar falar diretamente no assunto, trazer notícias que sejam boas, triviais, e contribuir para que a pessoa fale ou pense em algo positivo. Fazer com que a pessoa perceba que esta não é a única saída e que ela não está só”, orienta.

É imprescindível que a família, a escola e a sociedade abordem a questão, principalmente entre os jovens. A psicóloga ressalta que a escola pode ter um papel fundamental na orientação do problema.

“As escolas precisam abordar essa questão se houver algum caso na sociedade que ganhe repercussão ou algum colega que passe por esta situação.  O tema pode ser abordado em sala de aula, entretanto, caso seja necessário, é preciso ter muita cautela. As crianças tendem a se impressionar com determinadas situações, por isso, o tema deve ser abordado levando-as a procurar ajuda sempre que precisarem”, norteia Sarah Lopes.