Sídrome de Down: conhecer para superar os preconceitos

Publiciado em 30/03/2017 as 15:41

O Brasil já tem cerca de 300 mil pessoas com a síndrome de Down. Os dados são do chefe de Departamento de Genética do Hospital Estadual Infantil Darcy Vargas, o pediatra e geneticista Zan Mustacchi. Este mês marca o Dia Internacional da síndrome de Down, dia em que as organizações de apoio às pessoas com síndrome de Down e hospitais buscam conscientizar e informar a população sobre os direitos das pessoas com a síndrome, a importância da inclusão e do bem-estar.

Joelina Abreu, psicóloga do Hapvida, coloca que a síndrome de Down não se trata de uma doença. “A síndrome de Down não é uma doença, é uma alteração genética também conhecida como Trissomia 21, justamente porque, em vez de 23 pares de cromossomos, só existem 21 nos casos de síndrome; e no cromossomo 21, em vez de um par, aparecem 3 exemplares, ou seja, a trissomia”, elucida.

Não existe um perfil para nascer com a síndrome, pode acontecer com qualquer pessoa. Segundo a OMS, a média é de 1 caso a cada 800 nascimentos. “As principais consequências da síndrome são: a hipotonia, o comprometimento intelectual e o fenótipo (características como nuca espessa e olhos puxados). Ao contrário do que se imaginava, não existem níveis diversos de síndrome de Down, mas as pessoas têm desenvolvimento diferenciado e é comum acontecerem associações com déficit de atenção, distúrbios de conduta, etc”, esclarece.

A especialista ressalta que é fundamental que a família busque ajuda para receber orientação necessária e assim ajudar no desenvolvimento da pessoa com síndrome de Down.

“Não há fórmula, mas é importante orientar e acolher os pais. É ruim quando se fica preso às questões da criança, de forma fechada, como o desenvolvimento, as dificuldades ou as questões escolares dela. Mais do que isso, o processo precisa respeitar o momento da criança, mas também da família. Particularmente, sempre trabalho as potencialidades individuais para que elas fortaleçam a criança a superar os obstáculos com suporte no que ela consegue fazer de melhor, naquilo em que é bem-sucedida, e não nos quesitos em que ela se sentiria diminuída.

De um modo geral, os atendimentos acontecem em média de 2 sessões semanais. Além disso, uma vez por mês, fazemos orientação aos pais e reuniões na escola com os educadores. Durante todo o processo terapêutico, fazemos reavaliação constante, inclusive as mais positivas provocam diversas reações e refletem intimamente no comportamento dessas pessoas que precisam estabelecer uma rotina para estar mais seguras. É preciso reconhecer e respeitar o potencial de cada um. Não é legal superestimar e pior ainda é subestimar. A intenção é alcançar um nível de bem-estar e autonomia no processo terapêutico”, explica Jolina Abreu.