Espelho, espelho meu: conheça os perigos da anorexia

Publiciado em 23/08/2016 as 11:43

A todo o momento as informações e a televisão difundem referências estéticas, mulheres magras, de aparência considerada impecável e dentro dos padrões de beleza. São artistas, cantoras e celebridades de todos os tipos que diariamente inspiram mulheres e homens a cultivarem corpos definidos, mesmo não sendo uma realidade para a maior parte da população.

Em uma busca desenfreada de alcançar esse padrão estético, mulheres e homens, às vezes, acabam desenvolvendo transtornos alimentares. A anorexia está entre os diversos transtornos alimentares, essa doença acomete mais as mulheres do que os homens, isto porque, existe uma cultura de que a mulher deve ser magra, pois a idealização do corpo feminino é mais explorada.

Segundo Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, as pessoas que podem desencadear a anorexia são aquelas que possuem uma obsessão com o peso, mas o gatilho pode ser dado por conta de uma depressão, ansiedade ou até mesmo pressão familiar em busca do peso ideal, mesmo que não estejam fora dele.

“O mais perigoso é quando as pessoas começam a não se alimentar com a finalidade de perder peso. Existe uma alteração da imagem corporal, onde o indivíduo ao olhar-se no espelho, não percebe a realidade, ele a distorce, como se visse realmente que não está no peso que idealizou. Assim, mesmo que se diga que não há nada de errado, não é isso que o anoréxico vê”, explica.

 Quem sofre disso dificilmente vai reconhecer que está com anorexia.  Esse é o principal ponto, onde a família está diretamente ligada na percepção de quando as coisas não vão bem, ou seja, na identificação dos primeiros sinais. “O sujeito, que se vê gordo, mesmo estando magro ou abaixo do peso, começa a não comer e a justificativa estar sempre ligada ao não engordar, alega falta de apetite, ou após muita insistência, percebe-se que não é a quantidade ou a alimentação ideal como alguns que comem somente folhas. O medo intenso de ganhar peso, fixação com a balança, exagero em exercícios físicos com a intenção de perder peso, ou ainda, fazer uso de medicação para emagrecer ou laxantes e diuréticos”,esclarece.

 A especialista ressalta que comumente estes sinais estão presentes na rotina do indivíduo. Após a identificação, é fundamental perceber e convencer o acometido sobre a melhor forma de tratamento. “A família pode desempenhar o papel de acompanhar a sua evolução, cuidar para que a medicação seja ingerida de forma correta, apoiar e deixar claro que está junto em cada passo e, especialmente, avaliar se existe uma pressão familiar para que a estrutura corporal seja mantida, ou seja, muitas vezes a própria família é responsável pelo desencadear da anorexia.”, alerta Sarah.

 A anorexia é um transtorno tratável e tem cura. O tratamento é em conjunto com outras especialidades, além do psicólogo, ainda pode contar com o psiquiatra e nutricionista.“O papel que os especialistas desempenharam em conjunto tem como objetivo introduzir e restabelecer a visão real do paciente sobre sua imagem, tanto com a psicoterapia quanto com o uso de medicação específica, além da contribuição de um nutricionista para que a sua alimentação e valores nutricionais voltem ao equilíbrio”, destaca.

 

Ascom/Hapvida