Autoridade Climática, Margem Equatorial, Código Florestal: os reveses de Marina no governo Lula
Nesta terça-feira, ministra do Meio Ambiente deixou comissão do Senado após embate com senadores

Um bate-boca com parlamentares levou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a abandonar uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira. O motivo do embate foi a discussão relativa à pavimentação da BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus.
A ministra exigiu que o senador Plínio Valério (PSDB-AM) pedisse desculpas por dizer que ela não merecia respeito. Como Valério não se manifestou, Marina optou por deixar a comissão.
Marina não ganhou apoio sequer de parlamentares da base do governo. Desde que assumiu a pasta, a ministra acumula uma série de reveses, como a flexibilização das normas do Código Florestal, que contou com apoio de siglas aliadas, e os atrasos na criação do cargo da Autoridade Climática.
Esvaziamento do Meio Ambiente: O ministério perdeu o controle do Cadastro Ambiental Rural, que reúne dados sobre propriedades rurais e passou para a pasta da Gestão. Também perdeu a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Desenvolvimento Regional.
Flexibilização do Código Florestal: Projeto de Lei aprovado no Senado criou regras que podem contribuir para o desmatamento de áreas protegidas, como facilitar a obtenção de licença ambiental. O governo orientou a base a votar a favor da flexibilização das normas.
Autoridade Climática: A criação, anunciada pelo governo há quase oito meses, segue travada em debates internos e não tem previsão de sair do papel. Questionada no início do mês sobre a implantação, Marina disse que o projeto está em fase de “finalização”, sem citar datas.
Margem equatorial: Apesar do apoio de aliados que condenam a exploração de petróleo na região, Marina tem evitado um conflito aberto em relação ao tema dentro do governo, diante da pressão explícita do presidente Lula para que seja liberada a licença de prospecção.
Comando da Rede: Marina saiu derrotada em abril do Congresso Nacional da Rede. Seu aliado Giovanni Mockus perdeu a eleição interna para o grupo de Heloísa Helena. Em contrapartida, apoiadores da ministra foram eleitos para presidir diretórios estratégicos: SP e PE.
Horas depois de deixar a comissão, Marina Silva se manifestou nas redes e explicou por que tomou a decisão. "Ouvir de um senador que não me respeita como ministra não me deu outra opção a não ser deixar a comissão", postou a ministra.
Marina ainda acrescentou que o fato do ataque ter partido do senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi decisivo. "Ainda mais porque essa agressão veio do mesmo senador que, na outra vez em que estive no Senado, também como convidada, disse que foi muito difícil para ele ouvir durante seis e dez minutos sem me enforcar. E hoje ele, novamente, veio me agredir", afirmou.
A ministra também se queixou do fato de os senadores terem atribuído a ela a aprovação na semana passada do projeto de lei que muda as regras do licenciamento ambiental:
"Além disso, tive que ouvir pessoas atribuírem a mim responsabilidades que são delas. Pois dizer que a demolição da legislação ambiental que foi feita pelo Senado Federal, na semana passada, é minha responsabilidade, com o relatório que foi aprovado, é não querer honrar o voto de quem os elegeu. Ou algum parlamentar votou algo contra sua vontade?"
Fonte: Agência O Globo

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