Vice-governadora participa de lançamento de projeto de Catadoras de Mangaba

Publiciado em 14/12/2020 as 07:00

Na tarde desta sexta-feira (11), a vice-governadora de Sergipe, Eliane Aquino, participou do lançamento do projeto “Defesa territorial e fortalecimento da identidade sociocultural das Catadoras de Mangaba em Sergipe”. O projeto, lançado em evento virtual devido à pandemia, é realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba, que integra o Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe (MCM), e o Coletivo Florestal Cagaita.

A iniciativa, financiada pela ONU Mulheres, tem como objetivo fortalecer a auto-organização e a capacidade de comunicação do MCM nos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Pirambu, Japaratuba, Estância e Indiaroba. Em Sergipe, cerca de cinco mil famílias se utilizam do fruto da árvore símbolo do estado, a mangabeira, como fonte de conhecimento, saberes, práticas e renda.

“Há um bom tempo dialogamos com o Coletivo Cagaita sobre a importância de buscarmos editais para que nós, catadoras de mangaba, pudéssemos estar junto com uma equipe técnica construindo nossas reivindicações, nossas pautas de luta. E assim foi feito. Junto com estudantes da UnB que compõem o Coletivo Cagaita escrevemos esse projeto que foi aprovado pela Onu Mulheres. O primeiro projeto em que participamos efetivamente da escrita, se tornando uma grande alegria, ainda mais neste momento de pandemia. Vamos trabalhar a comunicação, mas também o empoderamento, a autonomia das mulheres catadoras de mangaba, a valorização das nossas tradições e cultura”, explicou a presidente do Movimento de Catadoras de Mangaba de Sergipe, Alícia Salvador.

Dentre os resultados esperados pelo projeto, que será desenvolvido por dez meses, estão a formação de 50 lideranças catadoras de mangaba em comunicação digital; formação de 100 catadoras de mangaba para a defesa dos direitos sociais e dos seus territórios, bem como estejam capacitadas para replicar os conhecimentos adquiridos; e o fortalecimento sociocultural das Catadoras de Mangaba junto às sete associações que compõem o MCM.

Para a vice-governadora Eliane Aquino, o conhecimento e a emancipação fomentados pelo projeto é de uma importância gigantesca: “O trabalho desenvolvido pelas catadoras não representa apenas a preservação da mangaba, mas da história, da tradição, da cultura das comunidades tradicionais para quem o Brasil ainda deve tanto. Mesmo porque todo mundo adora falar que a mangaba é um patrimônio cultural de Sergipe, mas ele só existe porque há quem preserve. Existe graças a esses coletivos de mulheres que diariamente seguem nessa luta, plantio, colhendo, trabalhando, tirando seu sustento, mas preservando a natureza”.

Eliane relembrou ainda que, há dez anos, o governador Marcelo Déda sancionou a lei 7.082, uma iniciativa da deputada Ana Lúcia, que reconheceu as catadoras de mangaba como um grupo culturalmente diferenciado, que deve ser protegido segundo as suas formas próprias de organização social, seus territórios e recursos naturais, indispensáveis para a garantia de sua reprodução física, cultural, social, religiosa e econômica e se colocou à disposição do grupo.

Presenças – Além da vice-governadora, o evento contou com a presença/acompanhamento da vereadora eleita Linda Brasil (PSOL-SE); da representante do Coletivo Florestal Cagaita, Adriana Margutti; da representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Nilce Pontes; do representante da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), Acácio Zuniga Leite; do representante da Articulação de Fundo e Fecho de Pasto da Bahia, Valdivino Rodrigues; da professora da Universidade Federal de Sergipe, Sônia Meire; do prefeito de Indiaroba, Adnaldo Nascimento; do vereador de Indiaroba, Thacio Nacismento, e da presidente da Associação das Catadoras de Mangaba da Barra dos Coqueiros, Patricia Santos de Jesus.

 

 

 

Da ASN