Senadora Maria do Carmo defende adiamento das provas do Enem

Publiciado em 14/05/2020 as 11:22

A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) defendeu o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previstas para o período de 1º a 8 de novembro pois. No seu entender, não só os que estão em escolas públicas, mas, também, os alunos da rede privada de menor porte, especialmente, das periferias das cidades, estão em completa desvantagem para participar do processo.

Para a senadora, a pandemia e o modelo de aula à distância impactarão, sobremaneira, na preparação dos estudantes, uma vez que os de baixo poder aquisitivo não têm, sequer, acesso a internet e nem recursos tecnológicos fora do ambiente escolar. “Essa é uma realidade que precisa ser considerada”, disse, observando que muitos não tiveram como se adequar às aulas à distância.

Maria do Carmo avalia que, caso o exame venha acontecer este ano, “desconsiderando as dificuldades e desigualdades gritantes entre os concorrentes, teremos uma disparidade ainda maior, desvirtuando os próprios ideais da prova, que pretendia democratizar o acesso à universidade, especialmente aos alunos das escolas públicas brasileiras”.

De acordo com a senadora, a quarentena e a suspensão das aulas presenciais trouxeram à luz a imensa desigualdade no processo de educação entre os estudantes brasileiros. “O Enem não pode ser um instrumento para aprofundar, ainda, mais o abismo entres os alunos”, salientou a senadora, relatando que essas desigualdades são históricas e estruturais.

 

Sem acesso – A senadora destacou pesquisa, publicada há 15 dias pela Agência Brasil, cujos números mostram que uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à internet, o equivalente a cerca de 46 milhões de brasileiros que não acessam a rede. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Esse é um cenário que precisa ser observado, pois manter as provas do Enem com essa realidade que o Brasil vive hoje, é provocar um alargamento, ainda, maior da desigualdade no acesso à educação no país”, ponderou.   

Os dados, que se referem aos três últimos meses de 2018, mostram ainda que o percentual de brasileiros com acesso à internet aumentou no país de 2017 para 2018, passando de 69,8% para 74,7%, mas que 25,3% ainda estão sem acesso. Em áreas rurais, o índice de pessoas sem acesso é ainda maior que nas cidades, chega a 53,5%. Em áreas urbanas é 20,6%.

Quase a metade das pessoas que não têm acesso à rede (41,6%) diz que o motivo para não acessar é não saber usar. Uma a cada três (34,6%) diz não ter interesse. Para 11,8% delas, o serviço de acesso à internet é caro e para 5,7%, o equipamento necessário para acessar a internet, como celular, laptop e tablet, é caro.

 

Da Ascom