Quem foi ao Aeroporto Santa Maria na manhã desta quarta-feira, 22, percebeu uma movimentação atípica. Era a chegada do vice-presidente na chapa à presidência da república encabeçada pelo ex-presidente Lula, Fernando Haddad, que veio a Aracaju para cumprir atos de campanha. Ele chegou às 11 horas e após o desembarque seguiu para a sede do PT onde era esperado por centenas de militantes e jornalistas para uma coletiva de imprensa.

*Coletiva*

Sobre a elegibilidade de Lula, Haddad fez firme defesa do legado do ex-presidente e defendeu o direito de Lula participar das eleições deste ano. Lembrou que a Comissão de Direitos Humanos da ONU “determinou” que Lula não fosse impedido de participar das eleições e disse não se tratar de mera formalidade, visto que o Brasil é “signatário de tratado” junto à ONU, “transformado em lei pelo Congresso Nacional brasileiro”. Acrescentou que “quem ler o processo contra Lula”, não encontrará nenhuma prova contra ele, por isso não há razão para condenações. “O que a gente quer é que a justiça não tenha lado, a não ser o da imparcialidade”, cobrou.

Perguntado se seria o Plano B, caso Lula seja impedido pela justiça de disputar as eleições, foi taxativo: “Nossa estratégia é uma só: garantir a candidatura do Lula! Não se fala em outra coisa no PT. Lula é o plano que o povo quer, é o Plano L, de Lula”, afirmou, com aplausos de concordância e euforia da militância.

Durante a Coletiva, Manuela D’Ávila (PCdoB) defendeu a candidatura Lula/Haddad e lembrou que esteve em Sergipe em julho para lançamento de sua própria candidatura à presidência. “Há um mês estive aqui, na Assembleia do Estado, e disse que buscaríamos a unidade até o limite das nossas possibilidades, porque vencer as eleições é uma obrigação nossa com o povo brasileiro. Nós conseguimos nos unir e estamos aqui hoje, com Lula e Haddad, e estamos, como diria o Cazuza, por um triz “pro dia nascer feliz”, disse Manuela, sendo muito aplaudida.

A Coletiva foi encerrada com o lançamento do livro "Caravana da Esperança - Lula pelo Nordeste". Um dos exemplares foi assinado por todos que estavam na Coletiva e será entregue ao ex-presidente Lula, como símbolo da confiança, gratidão e esperança dos sergipanos de que ele voltará a governar o Brasil.

*Caminhada e Inauguração do Comitê*

A tarde a agenda de Haddad começou com uma grande caminhada pelas ruas de Aracaju, tomadas por uma multidão multicolorida de militantes, movimentos sociais com bandeiras, caravanas do interior sergipano e vários prefeitos, com o grito de “Lula Livre” ecoando por ruas e avenidas, ganhando aplausos da população. Uma arrancada de campanha lembrando memoráveis momentos da política sergipana.

O ponto final da caminhada foi o comitê de campanha estadual e nacional, na avenida Barão de Maruim, com quase toda sua extensão tomada por aproximadamente 23 mil pessoas, segundo estimativa da organização.

No palanque, candidatos se revezavam em fortes discursos condenando a prisão do ex-presidente Lula e o golpe que tirou Dilma Rousseff da presidência. “Não aos golpistas! Nós não vamos permitir mais um golpe, porque quem tira presidente e quem coloca presidente é o povo e não golpistas, como fizeram com a presidenta Dilma”, condenou o governador Belivaldo Chagas.

O ato foi finalizado com Haddad reforçando o processo injusto pelo qual passa o ex-presidente Lula e voltou a cobrar obediência do estado brasileiro à recente determinação do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre os direitos de Lula concorrer a presidência. “A ONU, que é um dos órgãos mais importantes do mundo, mandou um recado para o Brasil: nenhuma autoridade brasileira pode impedir o Lula de ser candidato, porque isso é cassar a soberania popular. Quem tem que dizer quem é o presidente é o povo”, alertou Haddad, concluindo sua visita em Aracaju afirmando que “essa caminhada só termina com Lula subindo a rampa do planalto”. “Até lá, não vamos arredar o pé. Vamos estar nas ruas, defendendo o povo brasileiro”.