Machado: mesmo com fusão dos fundos, pagamento a aposentados e pensionistas continua incerto

Publiciado em 18/11/2017 as 07:52

O Estado de Sergipe não para de se endividar e, mesmo assim, não consegue sair da crise. Esta é a análise do ex-deputado federal José Carlos Machado, provocada por notícias locais de que o Governo voltará a atrasar os pagamentos dos aposentados e pensionistas.

“Pensei que com a fusão dos fundos e a capitalização do novo, o problema estaria resolvido. Parece que só deu para um mês. Mas os recursos à disposição do Estado resolveriam a situação por pelo três ou quatro”, alerta Machado.

Para ele, apesar de outros graves problemas, essa talvez seja a maior dificuldade hoje. Por isso, Machado sugere a retomada da discussão, inclusive pelo Poder Legislativo.

“A Assembleia poderia promover um amplo debate, com especialistas; trazer o relator da reforma da previdência na Câmara, envolver a universidade e, assim, encontrar alternativas”, afirma.

Segundo ele, o envolvimento do Tribunal de Contas, que está cobrando providências por parte do Estado, é muito bem-vindo. “O TCE anunciou, para breve, uma audiência pública a fim de discutir o problema. Dessa audiência, devem participar representantes de todos os poderes, incluindo os do Ministério Público”, ressalta Machado.

Para ele, também seria interessante a participação de demais envolvidos com a questão, como o deputado federal relator da Reforma da Previdência na Câmara e o atual secretário de planejamento da PMA, ex-presidente do Ipes Previdência, além de outros especialistas no assunto.

Isso porque, para Machado, a situação é gravíssima. “Os gastos com os 30 mil aposentados são de R$ 130 milhões por mês, enquanto que a arrecadação hora em torno de R$ 30 milhões. A conta não fecha. E a fusão dos fundos, aprovada e posta em prática, não resolveu nada”, reforça.

O governo anunciou o pagamento do mês de outubro para a última terça, dia 14 de novembro, 15 dias depois. “As despesas crescem em média 10% ao ano. Um atraso de 15 dias hoje, pode representar um atraso maior num futuro próximo. Ou resolve ou a situação ou teremos o mesmo caos que o Rio de Janeiro está enfrentando: com atrasos de mais de 60 dias e a incerteza constante do pagamento”, critica.

Com todo esse cenário, Machado diz que falta inciativa do Governo. “Ele deveria ser o mais interessado em encontrar alternativas”, destaca