Sintese reprova educação do Governo do Estado com nota 1,1

Somente em 14 municípios os gestores obtiveram notas superiores a 5,0

Publiciado em 30/12/2015 as 10:52
Divulgação/Sintese

Um vírgula um (1,1). Essa foi a nota que os professores da rede estadual atribuíram a gestão na Educação adotada pelo secretário de Estado da Educação Jorge Carvalho e ao governador Jackson Barreto. Desde que o SINTESE passou a realizou o evento de divulgação das notas essa foi a pior avaliação do governo do estado.

“Essa nota é o reflexo do caos em que se encontra a educação da rede estadual de ensino. Escolas em péssimas condições físicas, ausência de formação continuada, falta de alimentação escolar, não cumprimento da lei do piso, falta total de diálogo por parte da Secretaria de Estado da Educação”, disse a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.

Nas redes municipais a menor nota foi atribuída, pelo terceiro ano consecutivo ao município de São Cristóvão com 0,3. A reincidência da quarta cidade mais antiga do Brasil como pior nota da Prova Final da Educação Pública é fruto da política implementada pelos gestores.

Em 2013, através de decreto, a então prefeita Rivanda Farias reduziu em 50% os vencimentos do magistério, a renúncia da prefeita (após denúncias relacionadas a alimentação escolar) e  a ascensão de Jorge Eduardo a chefia do Poder Executivo, infelizmente, não alteraram a situação dos educadores sancristovenses.

Entre as piores notas também estão Canhoba e Propriá onde os profissionais do magistério atribuíram nota 0,4 aos seus respectivos gestores.

A maior nota ficou com o município de Itabaiana, 7,1. Levando em consideração o critério de aprovação e reprovação, dos 74 municípios avaliados (Aracaju fica de fora, pois os educadores são filiados ao Sindipema) somente 14 municípios “passariam de ano”, ou seja, tiveram notas iguais ou superiores a 5,0.

As notas de todos os prefeitos e prefeitas você pode conferir clicando AQUI

O sindicato apresentou, através de cavaletes que estiveram em todo um trecho do calçadão da rua João Pessoa, as dívidas que os gestores têm com o magistério. Em alguns casos, como Aquidabã, desde 2012 que os educadores não recebem décimo terceiro salário. Em vários outros as administrações não pagaram as gratificações de férias, em outras o reajuste do piso não foi implementado.

Falso discurso de crise

Um dos pontos mais colocados nas falas dos professores foi que a falta de recursos apresentada pelos prefeitos e prefeitas como justificativa para o atraso ou parcelamento de salários e não cumprimento da legislação trabalhista é mais uma falácia do que fato.

Não houve queda nas receitas da Educação dos municípios e nem no Estado. Em relação ao Governo do Estado, estudos dos relatórios fiscais apresentados pela Secretaria de Estado da Educação ao Tribunal de Contas mostram que há quase R$160 milhões em recursos não investidos.

Nos municípios ficou claro que os gestores fraudam informações dos relatórios fiscais, omitem receitas, entre outros problemas. Tais fatos foram denunciados aos Ministérios Públicos Federal e Estadual e também ao Tribunal de Contas do Estado.

“As notas dadas pelos professores aos prefeitos em 2015 é um reflexo de como vivemos os 365 dias do ano. Com escolas sucateadas, falta de alimentação escolar, falta de transporte escolar ou quando existem os veículos põem em risco a vida dos estudantes, desrespeito ao mais básico dos direitos que é o recebimento dos salários em dia” aponta Uilson Menezes, diretor do Departamento de Assuntos das Bases Municipais do SINTESE

A avaliação dos professores foi colhidas durante o mês de novembro e dezembro através de 175 urnas itinerantes que percorreram escolas e órgãos na capital e no interior. Os gestores foram avaliados a partir dos seguintes critérios: Valorização Profissional; Gestão Democrática; Política educacional e a qualidade social do ensino; Garantia de direitos do Plano de Carreira e Estatuto e Condições de trabalho.

Da Ascom/Sintese