Caso Genivaldo: julgamento de policiais rodoviários federais ainda não tem data para acontecer

Sergipano, que tinha esquizofrenia, foi trancado por policiais em uma viatura cheia de fumaça de gás lacrimogêneo durante abordagem na BR-101 em Sergipe. Os três agentes acusados pela morte estão presos.

Publiciado em 25/05/2023 as 11:00
Reprodução

Um ano após a morte de Genivaldo Santos, de 38 anos, durante uma abordagem de policiais rodoviários federais na BR-101 em Umbaúba (SE), o julgamento dos agentes William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento, envolvidos na ação, ainda não tem data para acontecer. A Justiça Federal de Sergipe determinou que eles sejam submetidos à júri popular, o que é questionado pelas defesas.

O sergipano, que tinha esquizofrenia, morreu após ter sido trancado no porta-malas de uma viatura e ser submetido à inalação de gás lacrimogêneo no dia 25 de maio de 2022. A ação que foi gravada por testemunhas teve repercussão internacional, após a ONU pedir agilidade na investigação.

Os policiais estão presos desde o dia 14 de outubro, após se apresentarem voluntariamente à Polícia Federal (PF). Eles são acusados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.

Para o advogado e presidente da OAB Sergipe, Danniel Alves, o caso Genivaldo marca a história jurídica do país.

"É um dos maiores casos de violação dos direitos humanos dos últimos anos, e o Poder Judiciário está dando uma resposta rápida e eficiente. A sensação é de que valeu a pena lutar tanto para chamar a atenção da gravidade desse episódio tão trágico”, disse.

obre os crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado imputados aos policiais e o rito do julgamento, o presidente da OAB explicou: “a pena prevista varia de seis a 30 anos de reclusão para o caso de condenação. A quantidade de pena é decidida pelo juiz, presidente do conselho de sentença, com base na decisão soberana dos jurados”.

Ainda de acordo com ele, a defesa dos policiais tem legitimidade na tentativa de não levar o caso a júri popular.

O que dizem as defesas da família e dos policiais:


Os advogados da família de Genivaldo acreditam que o julgamento será realizado em breve e que serão mantidas as acusações, em virtude das provas apresentadas e dos depoimentos das testemunhas.


A defesa do policial Paulo Rodolpho afirmou que, durante a ação, o agente aplicou técnicas para contenção de distúrbio, e nunca quis, assumiu ou anuiu qualquer resultado fatal contra Genivaldo. Disse ainda que recorreu a instâncias superiores.


A defesa do policial William Noia, informou que o TRF5 em Recife está analisando recurso, e que há pleitos junto aos Tribunais Superiores em Brasília para que ele seja solto.


A defesa do policial Kleber Freitas, disse que confia que os detalhes fáticos e jurídicos indicativos de que o agente não contribuiu para a morte serão reconhecidos no campo adequado.

Fonte: G1 Sergipe