Ato unificado do 1º de Maio em SP reúne 200 mil pessoas e dá o tom da greve geral

Publiciado em 01/05/2019 as 17:57

Desde a manhã desta quarta-feira (1º), data que marca o Dia do Trabalhador, centenas de milhares de pessoas se reúnem no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo (SP), no ato unificado das centrais sindicais e movimentos populares. Essa é a primeira vez que dez centrais fazem uma manifestação de 1º de Maio conjunta.

A aproximação das centrais sindicais de diferentes correntes políticas é resultado de uma luta em comum: a oposição ao projeto de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro.

Durante a parte da manhã e início da tarde, líderes de partidos políticos, movimentos populares e sindicatos fizeram falas denunciando os prejuízos que a reforma da Previdência acarretará aos trabalhadores e convocando a população para uma greve geral programada para junho contra o projeto.

“Aqui começa a luta que vai barrar a reforma da Previdência. No dia 14 de junho o Brasil vai parar contra esse projeto que quer destruir a previdência pública. Eles não querem enfrentar privilégios, isso é mentira. Eles estão atacando direitos”, afirmou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e líder da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos.

De acordo com Boulos, a já aprovada reforma trabalhista está diretamente ligada à da Previdência. “Ela retirou arrecadação do sistema previdenciário”, afirmou, citando ainda outro “efeito econômico perverso” da proposta. “Setenta por cento dos municípios têm como principal fonte econômica os benefícios da aposentadoria.” Para ele, “desmontar” o sistema significa “jogar à própria sorte dezenas de milhões de pessoas”.

O ex-prefeito e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), oponente de Bolsonaro no segundo turno da última eleição presidencial, também marcou presença no ato das centrais e avaliou que a política econômica do atual governo é mesma adotada por Michel Temer.

“Não há nenhuma diferença entre o que o Bolsonaro faz e o que o Temer tentou fazer. É a mesma agenda econômica. Corte de direito social, direito trabalhista, direito previdenciário. É um governo antipopular e antinacional”, pontuou.

*Revista Forum