Delegados expõem bastidores da crise em nota pública. Sobrou até para o MPE
Os bastidores da "crise" na Segurança Publica têm revelado insatisfações antigas existentes em (e entre) instituições que deveriam se complementar e caminhar juntas. Hoje, a ADEPOL saiu com uma nota pública que revela claramente isso:
NOTA PÚBLICA DA ADEPOL
A Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (ADEPOL) vem a público parabenizar os delegados João Batista Santos Júnior e Alessandro Vieira pelo relevante trabalho desempenhado à frente da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Delegacia-Geral da Polícia Civil, respectivamente, durante os últimos 14 meses, ao tempo em que saúda e deposita as mais altas expectativas na gestão que ora se inicia, capitaneada pelos experientes Dr João Eloy de Menezes, novo titular da SSP, e pela Dra Katarina Feitoza, nova Delegada-Geral da Polícia Civil.
Forte defensora dos princípios democráticos e republicanos plasmados na Constituição Federal e no ordenamento jurídico brasileiro, a Adepol lamenta, porém, que as mudanças tanto na *SSP* quanto no *Ministério Público Estadual* tenham ocorrido exatamente num momento em que todo o sistema de segurança e de justiça, assim como toda a sociedade sergipana, estavam presenciando a atuação combativa, corajosa e emblemática dos delegados de polícia lotados na *DEOTAP* e do promotor de justiça Henrique Ribeiro Cardoso, no comando do *Centro de Apoio ao Patrimônio Público (CAOPP)*, frente a grupos criminosos que se instalaram no Estado de Sergipe, voltados ao desvio e locupletação de recursos públicos, no âmbito das administrações públicas estadual e municipais.
É inconcebível que, num momento em que a sociedade brasileira assiste, orgulhosa, aos desdobramentos da Operação Lava-Jato, responsável pelo desmonte do maior esquema de corrupção da história do Brasil, em Sergipe, os poderes político e econômico possam transpor as barreiras de uma sólida instituição e atingir o trabalho independente de um dos seus mais combativos e honrados membros, sem quaisquer consequências além do silêncio cúmplice e ensurdecedor de quem tem o dever de agir em defesa de seus pares e, por conseguinte, dos interesses da própria sociedade.
Não sem razão, a Adepol entende como absolutamente inócua a decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou o Ministério Público a realizar investigação criminal por mão própria, na medida em que a tão propalada independência funcional dos seus membros dissipa-se como fumaça ante a primeira investida dos fatores reais de poder.
Neste particular, a Adepol lamenta que certas manifestações, a pretexto de conferir apoio e solidariedade aos delegados de polícia, tenham por desiderato a indisfarçável e oportunista autopromoção institucional, fruto de um projeto megalômano que visa retirar a autonomia funcional dos delegados e subordoná-los, bem como às polícias judiciárias da União e dos Estados, ao ilimitado poder de seus membros.
Por fim, a Adepol aproveita o ensejo para render as suas mais sinceras e justas homenagens aos delegados *Danielle Garcia, Gabriel Nogueira e Nádia Flausino,* pedindo vênia à Associação Sergipana do Ministério Público para estender as mesmas homenagens ao ilustre promotor de justiça *Henrique Ribeiro Cardoso,* cujo abrupto afastamento do comando do *CAOPP* ainda não foi satisfatoriamente esclarecido pela chefia do Ministério Público nem publicamente enfrentado por sua associação de classe.
Paulo Márcio Ramos Cruz
Presidente da Adepol
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