Fatah e Hamas palestinos assinam acordo de reconciliação

Publiciado em 13/10/2017 as 06:22


O movimento islamita Hamas e o seu rival palestino Fatah anunciaram, nesta quinta-feira (12), a assinatura de um acordo sobre os termos concretos de sua reconciliação, após uma década de conflitos internos.

Mas rapidamente Israel ressaltou que não discutiria com um governo palestino que não o reconhecesse como Estado e sem o desarmamento do Hamas. Uma reconciliação com o Hamas "só complica" a tentativa de paz com Israel, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A Autoridade Palestina assumirá o controle total da Faixa de Gaza, nas mãos do Hamas, antes de 1º de dezembro de 2017, graças ao acordo assinado nesta quinta.

O Hamas e o Fatah do presidente Mahmoud Abbas prometem "ajudar o governo de unidade (...) a exercer suas responsabilidades completas na gestão da Faixa de Gaza, como é o caso na Cisjordânia", indica o comunicado emitido pelo Cairo, que mediou os esforços de reconciliação entre as partes palestinas.

Os movimentos têm até esta data para resolver suas diferenças. Uma nova reunião está prevista para o dia 21 de novembro, para discutir a formação de um governo de unidade.

"Congratulo-me com o acordo do Cairo, e instruo a delegação [na capital egípcia] a assiná-lo imediatamente", anunciou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em conversa telefônica com a AFP.

Horas antes, o líder do Fatah em Gaza, Zakaria al-Agha, anunciou que Abbas irá visitar o território "em menos de um mês".

Esta seria a primeira visita do presidente a Gaza desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder no enclave depois de expulsar a Autoridade Palestina após violentos confrontos com o Fatah.

A Autoridade Palestina, uma entidade reconhecida internacionalmente, é dominada pelo moderado Fatah de Abbas e exerce um poder limitado na Cisjordânia, ocupada por Israel e localizada a dezenas de quilômetros de distância de Gaza.

Em outro sinal de aproximação, Abbas retirará "muito em breve" as sanções financeiras adotadas em 2017 para forçar o Hamas a negociar, segundo indicou Agha