Estudante de Medicina vivência intensa experiência no Internato no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo
Deborah Esteves Carvalho, ressalta como o Internato Médico foi uma experiência única e enriquecedora
O internato, etapa crucial na formação médica, representa a transição determinante da vida estudantil para a jornada médica, proporcionando aos alunos a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido durante sua trajetória acadêmica. É durante esse estágio que os futuros médicos podem desenvolver e aprimorar as habilidades essenciais para o exercício da medicina. Pensando nisso, a estudante do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Deborah Esteves Carvalho, participou durante um mês do Internato Médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo.
Para Deborah, essa experiência representou uma oportunidade única de expansão de horizontes e criação de uma rede de contatos. “São Paulo é a terra das oportunidades, dos sonhos e desejos. Quando falamos do serviço assistencial hospitalar o parâmetro é ainda mais alto, seja da parte assistencial, como também acadêmica e de pesquisa. O programa do Oswaldo Cruz foi uma oportunidade de viver esse serviço e tudo que a cidade tem a oferecer, do ponto de vista técnico para minha profissão, e em um dos maiores hospitais e serviços do Brasil”, destaca.
Ela explica que o processo seletivo foi baseado na análise curricular e considera que o medo muitas vezes nos impede de aproveitar oportunidades. No entanto, ela escolheu acreditar em si mesma, submeter sua inscrição e, a partir desse ponto, começou uma jornada de aprendizado e crescimento.
“Do ponto de vista burocrático foi bem justo e extremamente eficiente, tendo em vista a rápida análise e resultado final. Acredito que o que mais influenciou, no meu caso, foi o medo. Muitas das vezes perdemos oportunidades pelo medo de tentar e duvidarmos de nós mesmos, mas como em outros momentos analisei sabiamente a oportunidade e por que não. Decidi acreditar em mim, realizar a minha inscrição e torcer, e a partir dali foi só o início de muitos aprendizados que estavam por vir”, frisa.
Ao receber a confirmação de sua participação no Internato, Deborah sentiu uma mistura de emoções, incluindo alegria pela oportunidade, entusiasmo pelo novo e, é claro, um pouco de ansiedade por passar um mês em uma cidade grande que só conhecia de ouvir falar.
“Mesmo com o receio da inscrição, eu sabia que existiria uma forte chance de ser aprovada, principalmente pela análise estratégica que realizei referente ao edital e pontuação curricular. Contudo, o resultado me trouxe um sentimento que por muito tempo estava esquecido, o ‘eu sou capaz’ que eu precisava para perder o medo e confiar em todo trabalho árduo durante a graduação. Foi um misto de emoções, a alegria pela oportunidade, o entusiasmo pelo novo e o medo, mais uma vez, passar um mês em uma cidade grande, a qual eu só ouvia falar”, conta.
Vivências no internato
Durante o mês que esteve no Programa, Déborah aproveitou a oportunidade para entrar de cabeça na experiência acadêmica. “Eu tive a honra de acompanhar a área da oncologia, uma das especialidades mais fortes no HAOC. O hospital possui quatro andares designados para pacientes oncológicos e um bloco somente para essa área. O HAOC está dentro de um dos melhores serviços de oncologia do estado e do Brasil”, destaca.
A estudante comenta que durante a graduação teve pouco contato com a área da oncologia, mas ainda assim teve a oportunidade de atender pacientes oncológicos dentro de especialidades específicas, a exemplo, cirurgia, clínica médica. “Contudo, sentia que faltava o olhar do médico especialista em cuidar desses pacientes, o cuidado integral e específico para a imensidão que é o paciente oncológico”, aponta.
Para ela, essa vivência teve impacto no seu entendimento sobre o que é a comunicação com a equipe multidisciplinar e com os pacientes e acompanhantes. “Com brilho nos olhos e o coração grato e repleto de felicidade, falo com a maior certeza que foi uma das melhores experiências que tive na graduação e uma das maiores oportunidades na minha vida. Eu tive a oportunidade de conviver com pessoas admiráveis, seja do ponto de vista técnico, mas também humano. Dos médicos, aos enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, toda a equipe multidisciplinar, todos trabalhando em conjunto pelo bem do paciente. Pessoas humanas, que me receberam e me abraçaram como da casa, e que ajudaram a moldar a médica e pessoa que serei”, declara.
Durante o internato no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Déborah teve a oportunidade de estagiar e conviver com pacientes nos mais variados momentos de vida. “Desde a descoberta de uma doença com risco de vida, do acompanhamento e tratamento em busca de um resultado tão almejado, até o início do fim. Eu acredito que nossas vidas são feitas de propósitos e eu tive a sorte de cruzar com pacientes e médicos que me ensinaram o que os livros não ensinam. Me ensinaram a escutar mesmo quando sons não são emitidos, me ensinaram a dar conforto e atenção aos mínimos detalhes, me reconectaram com a criança, vestibulanda e caloura do primeiro período da faculdade que tinha o sonho de ajudar”, diz.
A estudante frisa que essa vivência teve impacto no seu entendimento sobre o que é a comunicação com a equipe multidisciplinar e com os pacientes e acompanhantes. “Mesmo quando não podemos curar, podemos dar conforto, o poder que tem um bom dia e a gratidão de um até logo. E mesmo que eu fale que não existem palavras que possam descrever o quão espetacular foi estar ali, a saudade que tenho de cada pessoa que cruzou o meu caminho falam por si. Acredito que meu propósito era estar ali, naqueles momentos, com aquelas pessoas, alguns que terei a oportunidade de encontrar futuramente e outros que serão para sempre memórias de gratidão”, ressalta.
Sua rotina consistia em atividades em enfermaria e ambulatórios associadas a discussão de caso clínico com as equipes do hospital todo dia. “Cada dia da semana tinha uma especialidade específica em que os médicos se reuniam para debater casos específicos, desde a equipe da oncologia, cirurgia, radiologia, patologia, todos juntos para debater as melhores opções terapêuticas para aquele paciente”, conta.
Déborah ressalta os impactos positivos que o internato trouxeram para sua carreira acadêmica e profissional. “Hoje tenho um pouco de cada paciente e profissional que cruzou meu caminho ao longo desse um mês. A profissional que serei daqui a poucos meses terá sempre a lembrança e memória da necessidade e importância do acolhimento multiprofissional, do trabalho em equipe e do debate em busca do melhor para o paciente. Eu saí do HAOC com o desejo de retornar, em breve, a esse centro de excelência e a São Paulo. Tenho certeza que os próximos pacientes que cruzarem meu caminho irão receber um pouco de toda excelência, troca de conhecimento e conselhos que vivi nesses 30 dias, e de todo carinho e amor que recebi dos pacientes e seus familiares”, afirma.
Deborah, que está nos últimos 100 dias de sua graduação, acredita que a Unit desempenhou um papel fundamental em seu desenvolvimento, especialmente com sua Metodologia Baseada em Problemas (PBL). Ela planeja trabalhar por um ano após a graduação, retornar a São Paulo e, no futuro, voltar ao Nordeste, em especial a Aracaju, para contribuir com a melhoria do sistema de saúde e atender aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Pretendo trabalhar por um ano após me formar para retornar para São Paulo. Lá irei construir minha base profissional, pretendo realizar residência em clínica médica e cuidados paliativos, além de seguir pelo âmbito acadêmico. Entre meus planos e objetivos para o futuro, pretendo retornar para o nordeste, em especial Aracaju para ajudar a melhorar a saúde do estado e dos pacientes do meu amado Sistema Único de Saúde (SUS). Tentarei todos os dias dar o meu melhor para aqueles que cruzarem meu caminho”, conlui.
Asscom Uni
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