Educação está cada vez mais atrelada às novas tecnologias

Publiciado em 21/01/2022 as 09:50

O momento atual da educação exige mais protagonismo dos estudantes e um papel mais estratégico dos professores, numa interação cada vez maior entre a tecnologia e o conhecimento. Esta é uma das conclusões do professor Luciano Meira, Ph.D em educação matemática pela University of California at Berkeley (EUA), docente de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador de Ciência e Inovação da Joy Street, empresa de tecnologias educacionais baseada no Porto Digital do Recife. Ele fez nesta terça-feira, 19, a palestra de abertura da Jornada Pedagógica do Grupo Tiradentes, um evento semestral de planejamento pedagógico, integração e formação continuada do corpo docente das Instituições de Ensino Superior mantidas pela companhia. 

 

Meira falou sobre a “Multimidialidade e mediação docente no processo de ensino-aprendizagem”, que envolve principalmente a adoção de novos formatos e estratégias de ensino, com a inclusão de novos modais tecnológicos. Ele definiu multimidialidade como uma convergência de formatos semióticos, com um conjunto de linguagens (textuais, imagéticas, gráficas, sonoras ou videográficas encapsuladas em tecnologias multimídia. E destacou que essa convergência é válida dentro de uma realidade chamada por ele de “figital”, uma combinação do físico com o digital. 

 

“O mundo agora é blended [misturado], e uso essa terminologia que traz a ideia do hibridismo, multimodal. Nós temos que lidar agora, muitas vezes dentro do nosso confinamento domiciliar, com essas novas possibilidades de interação, que formam o novo mundo do ensino, da pesquisa e da extensão”, disse o professor, destacando ainda que a atual pandemia de Covid-19 impôs a necessidade de produção de sentido do estudante que não havia antes no formato assíncrono, o que “tem a ver com a imersão do aluno em experiências significativas a partir, por exemplo, da realidade aumentada ou virtual”. 

 

Luciano considera que “um dos grandes problemas atuais da educação é o engajamento, a motivação engajada do sujeito na resolução de problemas”, e que isso será cada vez mais exigido “em um mundo midiático diverso, que dispara o engajamento das pessoas”. Para ele, esse cenário exige uma renovação do arranjo social no qual está assentado o ensino, baseado na transmissão de conteúdo com disciplinamento de sala de aula para gerar uma certificação em quatro anos. 

 

“A gente já sabe que esse arranjo social não produz engajamento, nem entendimento e nem significado daquelas experiências de aprendizagem que a gente quer gerar. Inclusive, se você perguntar aos jovens como eles preferem aprender, eles já sabem”, afirmou o palestrante, que baseou o argumento numa pesquisa da consultoria americana McKinsey com universitários de 13 países, incluindo o Brasil. A maioria dos entrevistados preferiu o aprendizado em práticas de trabalho (on-the-job-training), baseado em experiências imersivas e com mais recursos multimídia, a exemplo dos podcasts e dos games. 

 

Modelo na prática

 

Boa parte destas tendências da educação que já se fazem presentes estão contempladas no modelo acadêmico adotado pelas instituições de ensino do Grupo Tiradentes, presentes nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí. A Experiência Acadêmica Tiradentes prevê práticas educacionais inovadoras que promovem a formação integral e o protagonismo do aluno com a mediação estratégica do professor. 

 

Entre elas, estão o ensino híbrido (presencial e digital ao mesmo tempo), a integração dos projetos de extensão e das atividades práticas ao currículo acadêmico, a formação contínua dos professores, a internacionalização e mobilidade acadêmica, a conciliação de métodos tradicionais de ensino com soluções tecnológicas de ponta, a gestão de aprendizagem, o foco no projeto de vida do aluno e a preparação para o mercado de trabalho, através do Tiradentes Carreiras. 

 

Asscom | Grupo Tiradentes