Professor da rede estadual cria o Fisicaflix para incentivar alunos nas aulas remotas

Publiciado em 05/05/2021 as 16:34

O professor de Física Diego Batista, do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, em Aracaju, criou uma metodologia diferenciada para ensinar a disciplina aos seus alunos do 1º e 3º anos do ensino médio em tempo integral. Logo quando se iniciou o período das medidas de distanciamento social e das aulas remotas, ele percebeu que muitos estudantes preferiam assistir a seriados em aplicativos em vez de assistir às aulas. Essa observação fez o docente criar uma didática em que cada aula se assemelhasse às séries.

A partir dessa ideia, Diego Batista idealizou o Fisicaflix do Atheneu, projeto por meio do qual cada bimestre do ano letivo seria equivalente a uma temporada, bem como cada aula semanal seria um episódio. As videoaulas são gravadas e disponibilizadas na plataforma de ensino, via internet, para os seus alunos. Ele explica que, por essa metodologia, cada aula é dividida e identificada com as letras “T” e “E”, como, por exemplo, “T1:E2”, que representam: Temporada 1 e Episódio 2, ou seja, primeiro bimestre, segunda aula. 

Semanalmente, o professor passa indicação de filmes que retratam a história das Ciências da Natureza, biografias de matemáticos ou físicos, filmes e séries televisivas que versam sobre a divulgação científica, respeitando a classificação indicativa prescrita pelo Ministério da Justiça. 

Foram criados alguns personagens, como Newton, Einstein e Tesla para aparecerem durante as apresentações das aulas, que informam dicas de Física para os estudantes. “Para as práticas experimentais, utilizo recursos de baixíssimo custo, muitos dos quais são facilmente encontrados nas casas dos estudantes, como papel, tesoura e cola. Quando é um experimento que não pode ser reproduzido pelos alunos, eu o realizo por meio de simulação virtual, de gifs, que estão disponíveis em sites de buscas, tornando o experimento elucidativo”. 

Em todas as práticas, o professor Diego busca fazer uma contextualização dos temas que envolvem coisas e fatos de Sergipe, a exemplo das aulas com os temas “O parque eólico de Barra dos Coqueiros, matrizes energéticas e a indução eletromagnética”; A termoelétrica e o desenvolvimento econômico em Sergipe”; “A ponte Aracaju-Barra, os limites de velocidade, a aplicação das Leis de Newton e a Estática”, entre outros. 

Práticas experimentais

Para as práticas experimentais trabalhadas com os estudantes do 3º ano do ensino médio, o professor criou o “Vale a Pena Ver de Novo”, no qual são feitas revisões para o Enem com assuntos e questões de provas anteriores. Ele sempre pede que um aluno grave um vídeo resolvendo algum exercício proposto para que a gravação seja disponibilizada nas aulas. 

Diego Batista explica que, em razão da baixa interação social dos alunos nesse período de aulas remotas, eles acabam estudando sozinhos e sem desenvolver atividades em grupos. Por esta razão, ele vem desenvolvendo uma atividade em que os estudantes gravam vídeos mostrando como têm feito para aprender uma matéria (componente curricular) escolhida por eles mesmos. A atividade foi intitulada “Como eu aprendo” e os vídeos serão postados semanalmente nas redes sociais do Atheneu. Já os exercícios propostos são disponibilizados em um momento aleatório na videoaula, na parte indicativa “Faça você Mesmo”. “Essa é a didática que venho desenvolvendo no Centro de Excelência Atheneu Sergipense já há um ano, para o fortalecimento do ensino-aprendizagem, da motivação e da eficiência para um ensino público de qualidade”, afirmou. 

O aluno Esdras Gomes Santos, que participou das atividades no ano passado, quando estudava no 1° ano do ensino médio, disse ter sido essa uma excelente experiência. “O Fisicaflix foi muito importante para o meu aprendizado. Quando cheguei ao ensino médio sempre tive muito medo da matéria de Física, mas com a dinâmica e o ensino passados pelo professor Diego, por meio do Fisicaflix, eu pude ter à minha disposição vídeos, experimentos e práticas que foram incríveis e me incentivaram a aprender de uma forma dinâmica e simples. Também tive o apoio dos professores para gravar vídeos, resolver questões e enviar para os meus colegas que sentiam dificuldades, aprendendo e passando o conhecimento adquirido”, declarou.

 

 

 

Da Ascom/SEDUC