Governo aumenta em mais de 350% matrícula de estudantes no ensino médio integral

Publiciado em 21/05/2019 as 14:34

O Governo de Sergipe avança no cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação PNE (Lei nº 13.005, de 25 de junho 2014) e do Plano Estadual de Educação PEE (Lei Estadual nº 8.025/2015) quanto à ampliação da oferta de vagas na Educação em Tempo Integral. Em 2019, já são mais de 10 mil estudantes do ensino médio matriculados nessa modalidade de ensino em 41 escolas da Rede Estadual de Ensino. 

Esse total de matrículas de estudantes da última etapa da educação básica no ensino integral significa um aumento de 352%, quando comparado ao mesmo dado registrado em 2017, primeiro ano da implementação do Programa Estadual de Ensino Integral Escola Educa Mais, a partir do qual a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) amplia anualmente a oferta de vagas nessa modalidade de ensino.

De acordo com a meta 6 do PNE e do PEE, o ensino em tempo integral deve ser ofertado, no mínimo, em 50% das escolas públicas até 2024, de forma a atender, pelo menos, 25% dos estudantes do ensino médio. Segundo o secretário de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, professor Josué Modesto, a Rede Estadual de Ensino, já em 2019, contempla com essa modalidade de ensino quase 16% das matrículas do ensino médio, cuja oferta é de responsabilidade do governo estadual.

"Área prioritária para o Governo de Sergipe, a Educação é gerida como política de Estado por determinação do governador Belivaldo Chagas, expressa numa das propostas do Plano de Governo 2019-2022 para a Educação. Por este motivo, a Seduc empreende esforços, continuamente, para atender às metas e estratégias do Plano Estadual de Educação e do Plano Nacional de Educação. Nesse sentido, a nossa previsão é que, já em 2021, consigamos antecipar o atingimento da meta de matricular 25% dos alunos do ensino médio na Educação Integral, quando o prazo é 2024", destaca o gestor da pasta.

Na Rede Estadual, 41 escolas implementam gradativamente, desde 2017, o Programa de Ensino Integral Escola Educa Mais, executado a partir do Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral, do Ministério da Educação. No primeiro ano da implementação, iniciada em 17 unidades escolares, a Seduc registrou 2.838 matrículas nessa modalidade de ensino. Dois anos depois, expandido para mais 24 escolas e, este ano, o Educa Mais atende a 10.013 estudantes no ensino integral em todas as regiões do Estado.

Segundo a coordenadora geral do Núcleo Gestor de Educação em Tempo Integral da Seduc (NGETI), professora Emanoela Gonçalves, o salto das matrículas no ensino médio integral pode ser explicado,em parte, pela abertura gradativa de novas turmas, anualmente, e pelo respaldo social que este modelo de ensino adquiriu junto à sociedade. 

 "As escolas que iniciaram a implementação do ensino integral em 2017, ofertaram, naquele ano, turmas de 1ª série do ensino médio nessa modalidade. No ano seguinte, além das turmas de 1ª série, essas escolas passaram a ofertar a 2ª série em tempo integral. Assim, agora em 2019, temos escolas que já estão no último ano de implementação do Escola Educa Mais, ofertando turmas de todas as séries do ensino médio, e outras que ainda abrirão oferta para turmas da 3ª série em 2020, ampliando ainda mais a oferta de vagas. Com isso, estimamos para o próximo ano ter mais de 25% dos alunos do ensino médio da Rede Estadual matriculados nessa modalidade de ensino", explica Emanoela Gonçalves.

Modelo aprovado

O outro fator mencionado pela coordenadora do NGETI, a qualidade do ensino que resulta em respaldo social, é um tema de consenso entre alunos, professores e equipes gestoras dos Centros de Excelência em Ensino Médio. "O ensino integral me possibilita maiores condições de aprendizado. Aqui temos os professores a todo instante à nossa disposição, além das aulas de Projeto de Vida. Não troco minha escola por nada", diz Larissa Mayara, aluna da 1ª sério do ensino médio integral no Colégio Estadual Professor Gonçalo Rollemberg Leite, unidade escolar localizada na capital que aumentou em 224% a oferta de vagas nessa modalidade de ensino este ano.

"Se fosse estudante do ensino médio, eu estudaria nesse modelo de ensino integral", afirma o professor Rinaldo Macedo, coordenador administrativo-financeiro do Colégio Rollemberg Leite. Segundo explicou Rinaldo, o modelo é positivo e tem atraído o interesse das famílias por diversos aspectos, dentre os quais, a parte diversificada do Programa Escola Educa Mais, que oferta aos alunos disciplinas eletivas construídas conjuntamente por alunos e professores, interdisciplinares e alinhadas ao projeto de vida dos estudantes, dentro de uma proposta pedagógica que buscar formar cidadãos autônomos, competentes e solidários.

"O ensino integral nos trouxe mais recursos, mais materiais, uma alimentação de melhor qualidade, enfim, transformou nossa escola para melhor. É um modelo muito positivo para os alunos. Com a disciplina Projeto de Vida, os estudantes são estimulados a sonharem e a persistirem em busca daquilo que traçam como objetivo a atingir após a conclusão do ensino médio", afirma o professor Rinaldo.

Para a gestora escolar do Colégio Estadual Professor Gonçalo Rollemberg Leite, Liliane Araújo, o salto da matrícula, além de grata surpresa, demonstra a aceitação social ao modelo de ensino integral. "Com os alunos do ensino integral, tivemos uma aprovação superior a 95% e nenhum deles saiu da escola. Acredito que a parte diversificada do Escola Educa Mais, a pedagogia da presença, tudo isso tem sido fundamental para o sucesso do Programa. Além disso, o aumento da matrícula se deve também ao trabalho que fizemos juntos a escolas que ofertam a última série do ensino fundamental, apresentando a proposta do ensino integral", disse.

Segundo a professora Jandira Andrade, gestora do Colégio Estadual Felisbello Freire - unidade escolar localizada em Itaporanga D´Ajuda, que iniciou a implementação em 2018 -, os resultados apresentados pela escola ao final do primeiro de implementação do Programa Escola Educa Mais, quando atingiu aprovação de todos os estudantes das turmas do integral, fez saltar em quase 400% o número de matrículas nessa modalidade de ensino nocomparativo com o ano letivo anterior.

"Esse aumento é resultado da dedicação dos professores e de toda equipe escolar. Além disso, fizemos um mapeamento de todas as turmas de 9º do ensino fundamental no município, público que almejávamos absorver, tanto das escolas da rede pública quanto privada, e apresentamos o modelo de ensino a esses estudantes e suas famílias, pois parte da rejeição inicial que tivemos de alguns segmentos da comunidade escolar, se deu por total desconhecimento da proposta, a qual coloca o aluno como centro de toda escola", explica a professora Jandira.

Professora de Espanhol e coordenadora da área de Linguagens do Ensino Integral, Neline Guimarães Lima destaca que o modelo em implementação já conquistou a aceitação dos pais e tem promovido uma mudança de comportamento em toda comunidade escolar local. "O ensino integral representa mais que um modelo educacional, representa uma mudança de atitude. O preparo que os alunos têm aqui é para a vida, para além da escola", destacou Neline.

Aluno da 2ª série do ensino médio do Colégio Felisbello Freire, João Lucas, líder de turma, afirma que se não estudasse na modalidade de ensino integral, talvez estivesse mais longe a conquista do sonho de ser um psicólogo. "O estudo orientado tem sido fundamental para mim, assim como a disciplina Projeto de Vida e as eletivas, que trabalham nossas competências socioemocionais. Isso tem me ajudado muito a direcionar meus estudos", disse o estudante.

Também líder de turma, Vitória Cristina é recém-ingressa no ensino médio integral no Colégio Felisbello Freire, onde cursa a 1ª série do ensino médio, mas já consegue identificar as vantagens de estudar em tempo integral. "Vim estudar porque já conhecia o modelo, pois tenho amigos que já estudam no integral. Aqui temos muita interação com os professores e isso é um grande diferencial", pontua a jovem aluna.

Para implementação do Escola Educa Mais, a Seduc conta com a parceria de instituições do terceiro setor, como o Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Institutos Natura e Sonho Grande, Instituto Qualidade no Ensino e STEM Brasil.

Atualmente, 40% das matrículas na Rede Estadual são de estudantes do ensino médio regular e, destas, 15,8% são na modalidade de ensino integral. Segundo as diretrizes do Programa Escola Educa Mais, a implantação do modelo de ensino integral na rede pública estadual envolve uma proposta pedagógica diferenciada com foco no projeto de vida do estudante e ainda um modelo de gestão corresponsável, ofertando formação continuada para as equipes escolares e estudantes, além de investimentos em infraestrutura.

Da ASN