Dólar fecha em queda após comentários de Trump

Publiciado em 02/12/2019 as 18:28

O dólar fechou em queda no 1º pregão do mês de dezembro, depois de ter acumulado avanço de mais de 5% em novembro e após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer nesta segunda-feira (2) que irá restaurar tarifas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina. A moeda norte-americana também foi influenciada pelos leilões do Banco Central.

O dólar caiu 0,64%, a R$ 4,2127. Na abertura, chegou a operar em alta, batendo R$ 4,2556. Veja mais cotações.

A moeda norte-americana passou a cair depois da realização dos leilões do Banco Central, que vendeu neste pregão 9.600 contratos de swap cambial reverso e US$ 480 milhões em moeda spot, de oferta de até 10 mil contratos e US$ 500 milhões, respectivamente, destacou a Reuters. Adicionalmente, o BC leiloará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento fevereiro de 2020.

Na sexta-feira, a moeda dos EUA fechou a R$ 4,2397, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu em R$ 4,10 por dólar, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda. Para o fechamento de 2020, subiu de R$ 4 para R$ 4,01 por dólar.

Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira, em uma rede social, Brasil e Argentina de desvalorizarem "maciçamente" suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que, se necessário, conversará com o Trump a respeito do restauração de tarifas sobre a importação, pelos EUA, de aço e alumínio de Brasil e Argentina.

Analistas ouvidos pelo G1 rebatem, porém, a acusação de Trump de que Brasil estaria desvalorizando o real como uma política cambial e destacam que entre os principais fatores que explicam uma disparada do dólar no país nas últimas semanas está justamente a prolongada guerra comercial entre Estados Unidos e China.


Para o economista da Austin Rating, Alex Agostini, Trump tem o foco na sua agenda de reeleição e a declaração visa agradar a sua base de apoio político, que são os empresários norte americanos". "A declaração de Trump deixa evidente que ele parece não compreender como funciona o mercado de câmbio global. Ou seja, quais os fatores que influenciam o preço das moedas de forma direta e indireta", disse.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou nesta segunda-feira que o câmbio no Brasil é flutuante e que a autoridade monetária só intervém quando há uma disfuncionalidade no mercado. “(O câmbio) é flutuante e só existe intervenção quando o Banco Central entende que tem alguma disfunção”, afirmou.

Do G1