Plano Real do Emprego

Publiciado em 07/10/2019 as 16:44

Por Juliano Cesar Faria Fasouto, vice-presidente da ABAD

 

Minha geração de empresários teve oportunidade de conviver com 02 “brasis”, com inflação e com controle desta. Assim, sabemos o quanto foi importante as diversas tentativas para termos um país com inflação controlada, culminando com o Plano Real em 1994 e após o regime de metas inflação pelo Banco Central em 1999. Um dito popular afirma: a diferença entre o remédio e o veneno é simplesmente a DOSE. Partindo dessa premissa, vimos que nos últimos anos, especialmente apartir 2016 , medidas econômicas vem sendo corretamente tomadas com elevação e agora redução de taxas de juros , a níveis baixíssimos e historicamente nunca vistos , o que decerto comprova, numa primeira visão, sua eficácia no controle da inflação.

Porém, a boa medicina e a boa economia nos ensinam que devemos combater as causas e não somente os sintomas dos males ( inflação). É, então, ao meu ver chegado um momento após 25 anos de eficaz combate a inflação e estabilização macro econômica, pois entre ciclos de crescimento e recessão, neste um quarto de século, o resultado foi positivo como podemos ver:

 

● PIB positivo na maioria dos anos

● política de aumento real do salário mínimo (aumentou 165%). que teve início com a estabilização, em 1994, foi aprofundada a partir de 2008 e transformada em lei em 2011. Entre 1994 e 2018 o salário mínimo real quase triplicou Porem ,

● Elevado nível de desemprego na maioria dos anos, atualmente na faixa de 11,8% da força de trabalho, com tímida redução no curto prazo;

● Atualmente, quase 50% dos trabalhadores ocupados têm remuneração menor que o mínimo. Com o aumento do salário mínimo real e a queda dos preços das exportações, o valor do produto gerado pelos trabalhadores menos qualificados e pelos mais jovens e inexperientes caiu abaixo do salário mínimo, forçando as empresas a reduzir as remunerações desses trabalhadores ou demiti-los. Dos quase 104 milhões de pessoas em condições de trabalhar, em torno de 13 milhões são funcionários do setor estatal e pouco mais de 36 milhões do setor privado têm carteira assinada, com as garantias da legislação trabalhista.

● A disrupção tecnológica e a inteligência artificial estão criando um mundo novo em matéria de produção, no qual os robôs cognitivos substituem o ser humano não só em habilidades físicas, mas também em habilidades cognitivas e intelectuais, e tem-se aí um quadro em que a recuperação dos empregos perdidos na recessão poderá ser lenta, Neste breve comparativo entre os frutos positivos e negativos da política econômica nestes últimos 25 anos leva-nos a clamar por um “PLANO REAL” do EMPREGO e do DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO que possa dar esperança aos jovens deste país , que incentive e promova o empreendedorismo , que valorize o trabalho e esforço individual, resgate a esperança e como consequência final promova uma sociedade menos desigual ,mais justa e até com menor violência , o que por certo exigirá vontade, dedicação e ação eficaz dos governantes e da sociedade civil em geral.

O resumo acima corresponde a minha livre interpretação dos textos abaixo:

● Regime de Metas: controlando a inflação com desemprego e falências João Sicsú – professor-doutor do Instituto de Economia da UFRJ – jsicsu@terra.com.br.

https://www.google.com/amp/s/economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-minimo-de-desemprego,70002824268.amp

https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/novos-dados-do-desemprego-d04oyqsm5toclaudtqgkhhnjy/

● https://www.poder360.com.br/economia/mais-da-metade-dos-empregos-no-brasil-podem-ser-substituidos-por-robosdiz-jornal/ podendo ser refletir exatamente as ideias dos autores.