Produção industrial cresce 0,8% e tem melhor agosto desde 2014

Publiciado em 01/10/2019 as 10:41

Depois de três meses em queda, a produção industrial brasileira cresceu 0,8% em agosto, na comparação com julho, segundo divulgou nesta terça-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do melhor resultado para meses de agosto desde 2014 (0,9%).

A alta registrada em agosto é também o melhor resultado mensal desde junho do ano passado, quando houve avanço de 12,6%, na comparação com o mês imediatamente anterior.

Segundo o IBGE, a recuperação em agosto foi puxada pela indústria extrativa, que cresceu 6,6% no mês, impulsionada pelo aumento na extração de minério de ferro, petróleo e gás.

“Esse é o crescimento mais intenso desde junho do ano passado e interrompe uma sequência de três meses de queda da produção industrial, que acumularam perda de 0,9%. Portanto, o avanço observado esse mês elimina uma parte importante daquela queda acumulada”, destacou André Macedo, gerente da pesquisa.

Apesar de a indústria ter voltado a crescer, o ritmo de recuperação ainda é menor que o registrado no ano passado.

Na comparação com agosto do ano passado, a produção caiu 2,3%. No acumulado nos 9 primeiros meses do ano, o setor ainda tem queda de 1,7%. Em 12 meses, a produção industrial mostra uma perda ainda maior de ritmo, ao passar de -1,3% em julho para -1,7% em agosto, permanecendo em trajetória descendente iniciada em julho do ano passado.

"Esse resultado está longe de recuperar as perdas acumuladas no ano e também não significa que o setor industrial esteja começando uma trajetória de crescimento, até porque a alta de agosto está concentrada em poucas atividades”, afirmou André Macedo.

Em termos de patamar de produção, Macedo destacou que a indústria opera 17,3% abaixo do pico de produção, alcançado em maio de 2011. É como se o setor operasse no ritmo em que se encontrava dez anos atrás.

Para iniciar uma trajetória de crescimento, a indústria também depende, segundo o pesquisador, de uma recuperação efetiva do mercado de trabalho.

“Embora venha sendo captada uma melhora no mercado de trabalho, a gente ainda tem um contingente grande fora dele. Além disso, a qualidade dos postos gerados caminha mais para informalidade, com salários mais baixos, o que não traz aumento da massa salarial e acaba não contribuindo com a demanda doméstica para que tenhamos impulso na retomada da produção industrial”, observou.

Do G1