Dólar fecha abaixo de R$ 4,10 com exterior e após pesquisa Datafolha

Publiciado em 20/09/2018 as 21:20


O dólar fechou abaixo de R$ 4,10 nesta quinta-feira (20), surfando no tom externo positivo a países emergentes e após pesquisa de intenção de votos mostrar um avanço mais contido de Fernando Haddad (PT) na corrida pelo segundo turno. O dólar comercial recuou 1,28%, para R$ 4,076. A última vez em que a moeda fechou abaixo de R$ 4,10 foi no dia 10 de setembro.

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, terminou praticamente estável, depois de um dia de oscilações. No fim do pregão, recuou 0,07%, a 78.116 pontos.

Segundo analistas, apesar de a pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quinta não ter trazido grandes novidades, o levantamento apontou que o quadro eleitoral ainda não está definido.

Jair Bolsonaro (PSL) avançou dois pontos percentuais, para 28%, e segue na liderança.  O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) atingiu 16% das preferências, três pontos a mais do que na semana passada. Com a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o petista está tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT), que ficou estagnado, com 13%. 

"Acho difícil o dólar voltar aos R$ 4,20, a menos que Ciro ou Haddad ganhem força. O dólar deve oscilar entre R$ 4,10 e R$ 4,15", projetou o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcante. 

Na pesquisa Ibope de terça (18), Haddad avançou bem mais, 11 pontos, de 8% para 19%, se isolando de Ciro, que permaneceu com 11%. "O mercado acordou com a pesquisa Datafolha. Ela não trouxe nada muito diferente, a não ser a gente vendo um Ciro ainda vivo", disse Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo LAATUS.

Com a marcha lenta de Geraldo Alckmin (PSDB), candidato preferido entre agentes financeiros, nas pesquisas, o mercado tem demonstrado que pode dar um voto de confiança a Bolsonaro, mirando, sobretudo, o chefe econômico de sua campanha, o economista liberal Paulo Guedes.

Em relação a Ciro e Haddad, investidores ainda se mostram divididos sobre qual temem mais -ambos são vistos como ameaças potenciais para reformas e ajustes ficais considerados essenciais pelo mercado, mas vêm tentando amenizar esses temores. "Hoje, o dólar cedeu mais pelo cenário externo", pondera Laatus.

No exterior, o dólar perdeu para 27 das 31 principais divisas globais. "Dia bom para emergentes que se beneficiam de um mercado com menor aversão ao risco", avaliou a Guide Investimentos em relatório. O peso da Argentina se valorizou 2% neste pregão com investidores citando otimismo sobre a possibilidade de o país fechar um novo acordo de financiamento com o FMI (Fundo Monetário Internacional), voltado para garantir a solvência do governo.

Um dólar terminou o pregão valendo 38,57 pesos. O peso perdeu cerca de metade de seu valor neste ano com investidores preocupados se a Argentina poderia cumprir suas obrigações com a dívida no próximo ano.