Painel do Projeto Campo Futuro reúne produtores de milho sergipanos

Ação do Sistema FAESE/SENAR foi realizada em Simão Dias

Publiciado em 03/09/2017 as 09:45

O cálculo do custo da produção de milho nos empreendimentos rurais em Sergipe foi tema do painel que reuniu, na manhã de ontem (31), produtores na cidade de Simão Dias (SE). A ação faz parte do Projeto Campo Futuro, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), pela Federação Agricultura e da Pecuária do Estado de Sergipe (FAESE) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

A atividade do Projeto Campo Futuro tem como foco o levantamento do custo médio de uma propriedade na região. A metodologia utilizada para este fim foi a realização de um painel, por meio do qual foram reunidas as informações fornecidas pelos produtores locais para a criação de uma unidade representativa, ou, de acordo como termo utilizado, modal. A propriedade modal é definida como aquela que ocorre com maior frequência na região. "Nós fizemos uma propriedade média, de 120 hectares e uma pequena, de 40 hectares. O resultado foi bem interessante. O objetivo é, primeiramente, levar informação para o produtor, fazer com que ele tenha em mente esses números e volte ou passe a calcular os seus custos de produção", explica Fernando Capello, técnico do Cepea.

A atividade surpreendeu os produtores participantes, que contaram com apoio técnico para explicação a respeito da forma adequada de cálculos de custos de produção. "Para nós, produtores, foi importante que cada um pudesse conhecer melhor a sua realidade. Para que se tenha uma ideia, variáveis como custos administrativos, depreciação do maquinário e oportunidades da terra raramente entravam nos cálculos de custos, mesmo tendo grande impacto neles", avalia o produtor Martinho Bravo. A correta análise da produção terá influência positiva na tomada de decisões dos produtores, a partir de agora. "Ter noção desses custos evita que a produção seja uma aventura e dá mais segurança para o produtor", complementa Martinho.

A capacitação por que passa o produtor durante a realização das ações do Projeto vai além dos cálculos de custos de produção. As reuniões técnicas também tem foco na orientação que proporcione o aumento na produtividade e rentabilidade das propriedades. Alan Fabrício Malinski, Técnico do Instituto CNA que participou da atividade, explica: "Viemos a Sergipe para avaliar como têm sido as condições de plantio nos últimos anos e se os produtores têm enfrentado algum problema, para que a gente possa direcionar nossas ações. O objetivo é manter o produtor na atividade".

Além de nortear a gestão dos produtores rurais em seus empreendimentos, o Projeto Campo Futuro adquire outro importante papel. Através dos cálculos efetuados em cada localidade, é possível reconhecer as especificidades de cada estado. Para Ivan Sobral, Presidente do Sistema FAESE/SENAR, "Essas informações são essenciais para que possamos atuar junto ao Governo a fim de que sejam possíveis alterações nas políticas públicas, como atualização das planilhas referência para obtenção de crédito agrícola no custeio e a ação de preço mínimo praticado pelas Instituições governamentais, garantindo a rentabilidade e sustentabilidade destes produtores. Com isso, podemos realizar intervenções que representem os interesses do produtor do nosso estado".

Da Ascom