Arraiá do Povo traz forró com orgulho e paixão

Publiciado em 25/06/2018 as 17:44


As noites de Arraiá do Povo têm sido marcadas pela emoção, superando as expectativas de sergipanos e turistas. A programação, as variadas comidas típicas e a segurança do local são os principais atrativos do evento que integra o Encontro Nordestino de Cultura, organizado pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Que o Nordeste é terra de forró e de Luiz Gonzaga todo mundo sabe, e é por isso que em Sergipe tudo é feito nos mínimos detalhes para preservar a tradição junina que tanto orgulha o Estado, como explica o governador Belivaldo Chagas. “É indispensável a realização do Arraiá, pois aqui podemos reunir em um só lugar diversas manifestações culturais do nosso Estado. Aqui a família se sente em paz e é assim que queremos que o povo sergipano se sinta”, diz.

Há quatro anos, a festa ganhou o selo de Encontro Nordestino de Cultura, dando mais credibilidade, e acrescentando à sua marca o selo de uma programação formada exclusivamente por artistas que trabalham com a música tradicional junina e na sua valorização. “Hoje temos uma inversão de estilos muito grande nas festas juninas por todo o país. E o que procuramos fazer na programação do Arraiá do Povo é dar continuidade a esse resgate do forró tradicional que é tão importante”, afirma o secretário de Estado da Cultura, João Augusto Gama.

Uma das atrações da primeira semana de festa foi Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga. Frisando que essa é uma festa com autenticidade junina, Joquinha fez um apelo para que a tradição seja mantida. “Essa festa mistura artistas locais e nacionais, mas não perde a essência e isso deve ser espalhado por todo o país para que as pessoas venham e conheçam de perto a cultura nordestina, o forró de verdade. E eu acho espetacular esse espaço e essa festa porque aqui está tudo autêntico e é isso que o povo quer”, afirma.

Complementando o pensamento de Joquinha, o produtor cultural e superintendente da Secult, Irineu Fontes, demonstrou seu orgulho e amor pelo forró, além de falar da magnitude das características da tradição junina. “Até os cangaceiros dançavam o xaxado, o baião que está contido no forró. Então todo esse ritmo que nós temos está na alma do nordestino, no DNA, se você muda isso, você descaracteriza todo o festejo que é de comemoração aos santos e a música junina. Eu costumo dizer que o arraiá é um oásis nesse país em respeito à tradição, a música e a alma nordestina”, salienta.



Novidades no Arraiá do Povo

Dentre as novidades que compõem a programação, o Arraiá apresentou ao público a primeira edição da Escola de Dança, uma oficina para as pessoas aprenderem dançar forró. A idealizadora da oficina foi Cecilia Cavalcante, membro do Conselho Estadual de Cultura, que teve essa ideia no ano passado, colocando em prática nesta edição.

Foram convidados quatro grupos profissionais de dança para fazer uma oficina de forró e animar os turistas, ensinando quem ainda não sabe, para que essas pessoas possam curtir os shows depois. Ela também expressou sua gratidão aos profissionais que aceitaram o convite para contribuir com esse encontro. “Eu deixo meu agradecimento para todos os profissionais porque foi feito um convite, eles não participam do edital e não estão recebendo nenhum tipo de valor para estarem aqui”, relata.

Essa é a primeira edição da Escola de Dança no Encontro Nordestino de Cultura, mas a expectativa de Cecilia é que o projeto continue nos próximos anos. “Acredito que é uma semente que está sendo plantada e só tem a crescer, minha vontade é que esse tipo de atividade entre para o edital e favoreça também os profissionais de dança do Estado para ensinar o nosso forró”, destaca.

E o forró não decepcionou. Muita gente aproveitou para dançar bem agarradinho com seu par e curtir cada atração da noite. Dona Maria Alice e seu Gilson, casados há 45 anos, prestigiaram o Arraiá do Povo e evidenciaram o significado do forró para eles. “O forró é tudo para nós, foi ele que nos uniu e todos os anos nós participamos. Esse arraiá proporciona que a gente possa sempre vir aqui e relembrar os velhos tempos desde quando nos conhecemos e ainda mantém viva a tradição junina. Nós amamos o forró”, ressaltam.