Período Neoclássico será destaque no próximo concerto da ORSSE

Publiciado em 20/11/2017 as 13:12

Na próxima quinta-feira, 23 de novembro, às 20h30, a Orquestra Sinfônica de Sergipe dará prosseguimento à sua tradicional Série Laranjeiras de concertos, no Teatro Atheneu. Sob a regência do maestro Daniel Nery, que se despede temporariamente da ORSSE para cursar o doutorado em música no exterior, o grupo apresentará obras neoclássicas importantes como a Abertura da Suíte “As Vespas”, de Ralph Vaughan Williams e o poema sinfônico Finlândia, de Jean Sibelius. O programa encerra com as Bachianas Brasileiras n. 7, de Heitor Villa-Lobos. Os ingressos já estão disponíveis na bilheteria do Teatro Atheneu. A ORSSE é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.
O neoclassicismo na música se refere a um movimento um tanto difuso no século XX, notadamente entre 1920 e 1950. Diversos compositores desse período podem ser reputados como neoclássicos – em geral aqueles que não buscaram uma estética atonal ou o exacerbado uso de dissonâncias e ruídos, mas que continuaram a compor segundo os parâmetros tonais dos séculos anteriores, ainda que, de alguma forma, renovados. Nesse período, a música erudita revive o final do século XVIII e início do século XIX. O neoclassicismo é, pois, basicamente, uma reação às inovações do modernismo alemão da primeira parte do século XX, explica o maestro Nery.
Nesse sentido, foi proposto a Vaughan Williams, em 1909, pelo Greek Play Committe em Cambridge, que escrevesse música incidental para a sua performance anual, sendo que nesse ano iriam apresentar a peça satírica de Aristófanes (427-386 A.C.) “The Wasps” (As Vespas). A música foi ouvida pela primeira vez na apresentação da peça a 26 de Novembro de 1909. A abertura de “The Wasps” foi uma das primeiras obras de Vaughan Williams a alcançar um lugar no repertório clássico habitual. Ouvimos o zumbido das vespas no início da abertura, seguido por uma sequência de melodias animadas. Depois de um breve dramático interlúdio, os temas da abertura regressam, fechando a abertura num estilo vivo.
Já Finlândia, Op. 26 é um poema sinfônico escrito pelo compositor finlandês Jean Sibelius. A primeira versão foi escrita em 1899, sendo posteriormente revisada em 1900. A peça foi composta para as celebrações da imprensa de 1899, em Helsinque, um protesto contra a crescente censura do Império Russo.
Completam o programa as incríveis Bachianas Brasileiras nº7, de Heitor Villa-Lobos para grande orquestra, peça monumental que não só caracteriza a influência neoclássica na orquestração do compositor brasileiro, mas que também insere elementos da cultura popular, assim como os outros compositores desse concerto, na realização em diversos momentos. É uma das obras mais famosas de Villa-Lobos.

Sobre o maestro

Doutorando em música na Universidade de Aveiro, Portugal, Daniel Nery é Professor de regência, regente titular da Orquestra Sinfônica e do Coro da Universidade Federal de Sergipe, e é Bacharel em Composição e Regência pela UNESP e Mestre em música pela mesma instituição. Têm na sua formação, os seguintes nomes da regência orquestral e coral: Isaac Karabtchevsky, Roberto Tibiriçá, Johannes Schlaefli (Suíça), Osvaldo Ferreira (Portugal), Fábio Mechetti, Abel Rocha e Samuel Kerr. Já esteve à frente de importantes orquestras como Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Em Atibaia/SP, foi regente do Coral Masculino Cantores de Atibaia e da Banda Sinfônica Primeiro Movimento, além de dirigir a Orquestra Jovem e a Big Band municipais. Foi um dos fundadores, regente e clarinetista da Banda Sinfônica de Bragança Paulista. Premiado no I Concurso Carlos Gomes para Jovens Regentes, Nery é também maestro adjunto da Orquestra Sinfônica de Sergipe, onde promoveu juntamente com Guilherme Mannis, o desenvolvimento de concertos pelo interior do estado do Sergipe e a popularização do acesso à música de concerto. Foi também responsável pela concepção do projeto social Orquestra Jovem de Sergipe, proporcionando ensino musical a centenas de jovens carentes de Aracaju. Nery também é regente do Coro Masculino da Primeira Igreja Batista de Aracaju.