A Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) realizou, em um único dia, a bem-sucedida soltura de cinco aves marinhas, após processo intensivo de reabilitação. Os animais – quatro pardelas das espécies Ardenna gravis, Ardenna grisea e Procellaria aequinoctialis e um trinta-réis-escuro (Anous stolidus) – haviam encalhado nas praias de Sergipe entre meados de maio e junho, período de migração de aves oceânicas pela costa nordestina e retornaram à vida livre no dia 09 de julho.

As aves foram resgatadas por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Sergipe-Alagoas (PMP-SEAL), executado pela FMA em Sergipe, ao serem encontradas debilitadas, situação comum durante o período migratório, quando enfrentam grandes deslocamentos e condições ambientais desafiadoras. Assim que encaminhadas ao Centro de Reabilitação e Despetrolização da Fauna Silvestre da FMA elas receberam cuidados veterinários especializados, incluindo dieta específica com suplementação mineral e vitamínica, protocolos terapêuticos individualizados, sessões de fisioterapia, além de exames laboratoriais e de imagem para avaliação clínica completa.

Com foco na saúde das equipes envolvidas e na segurança sanitária das colônias, todas as aves foram submetidas a exames para detecção da influenza aviária tanto na admissão quanto previamente à soltura. Os resultados negativos, somados ao conjunto de testes complementares, garantiram que as aves estavam aptas a retornar ao ambiente marinho sem representar riscos à fauna silvestre.

Essa ação reforça o compromisso da FMA com a conservação da biodiversidade marinha e o bem-estar dos animais resgatados. Como forma de reconhecimento, a equipe de Sergipe da FMA foi convidada para prestigiar a soltura, visto que o momento simbolizou não apenas a resiliência de cada indivíduo reabilitado, mas também o resultado de um esforço coletivo voltado à proteção da vida silvestre em Sergipe.

A satisfação da equipe foi nítida pelo brilho no olhar e pelas falas de encantamento. Para José Batista (“Seu José”), Mestre de obras da FMA, foi uma satisfação ver os animais retornarem a sua liberdade: “deveriam ser todos assim”, ressalta. “Para quem não é da área da veterinária, no início nos gera uma ansiedade pensando se eles vão mesmo voar, mas quando abrem a porta e eles voam, é uma sensação quase indescritível, é maravilhoso!”, destaca Iris Souza, responsável do Departamento Pessoal da FMA.