Sentimento de impunidade é muito grande, diz filho de advogado após saber que madrasta vai cumprir prisão domiciliar

Publiciado em 16/05/2025 as 05:03

Guilherme Rodrigues, filho do advogado criminalista José Lael, de 42 anos, assassinado a tiros em outubro de 2024, se manifestou sobre a decisão judicial que converteu a prisão em domiciliar da viúva Danielle Barreto, acusada de envolvimento na morte. Ele estava com o pai no dia do crime e também foi baleado.

Em entrevista exclusiva ao SE2, ele contou à jornalista Michele Costa como se sentiu após saber da decisão. “Fico triste, porque o sentimento de impunidade é muito grande. Nós não buscamos vingança, buscamos Justiça”, disse.

Na época do crime, ele disse que morava com o pai, a madrasta e mais dois irmãos, entre eles o filho casal. Sobre as acusações de que o pai agia de forma violenta com a madrasta, Guilherme afirmou que Daniele e o pai sempre resolviam a rotina da família com conversa.

“Fomos pegos de surpresa com todo esse discurso de agressões e de abuso. Eu não creio que se houvesse isso ninguém da família saberia [...] a própria secretária de casa não sabia e deu depoimento dizendo que nunca havia presenciado agressões”.

Guilherme também falou sobre como ficou a sua vida após o trauma de ter presenciado o crime. Ele lembrou, ainda, que conseguiu socorrer o pai com vida após também ser baleado e ficar seis dias hospitalizado na UTI.

“A nova realidade é triste. A sensação que você não sabe se é o seu último dia ou não. Eu não sei se eu posso sair, se vou sofrer alguma coisa de novo [...] As pessoas esquecem que eu estava lá… que ela viu que estava no carro, ela não ligou. Não importa que eu passei oito anos chamando ela de mãe, não importa se eu morresse ou não para ela [...]”, disse.

José Lael foi assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024, na Avenida Jorge Amado, Bairro Jardins, Zona Sul de Aracaju, quando dois homens desceram de uma motocicleta e dispararam contra o carro em que ele estava junto com o filho. Ambos foram baleados e socorridos, mas o advogado não resistiu.

 

Encomenda do crime

Imagens de câmeras de segurança mostram que cerca de 1h30 antes da execução, a amiga e a secretária da médica são vistas conversando com os homens dentro do carro, e depois são deixadas no condomínio de uma delas.

De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, até uma lanchonete para comprar açaí, a pedido da mulher. Ela teria informado a localização deles aos executores.

 Após sair de casa, o carro do advogado é seguido por uma motocicleta e por um carro, que teria sido alugado pela amiga dela. Ele foi atingido com três tiros e o filho por um. O jovem dirigiu o carro até um hospital particular, mas o pai já estava morto. Ele foi socorrido e, atualmente, passa bem.

Outras imagens de dias anteriores mostram que a amiga da médica e a secretária estiveram algumas vezes no Bairro Santa Maria, em Aracaju. Um morador do bairro e outro homem ligado a ele, que está foragido, teriam executado o assassinato.

 
 
Fonte: G1SE