Pesquisadores sergipanos publicam artigo em livro científico na Europa
O estudo desenvolvido em programa de pós-graduação da Unit discorreu sobre práticas que unem esporte e sustentabilidade nas universidades brasileiras
Os projetos e atividades que envolvem o esporte nas universidades brasileiras são bons caminhos para o exercício e multiplicação das práticas de sustentabilidade e de melhoria das condições sociais de uma comunidade. Esta é a conclusão de um estudo científico desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde (PBS), da Universidade Tiradentes (Unit), que acaba de ser publicado como capítulo no livro “Planejamento e gestão do esporte, recreação e saúde no ensino superior: práticas sustentáveis para um futuro sustentável”, que acaba de ser lançado pela Faculdade de Esportes e Educação Física da Universidade de Niš, na Sérvia, em colaboração com a Rede Internacional de Ciências do Esporte e da Saúde (INSHS)
O livro digital, publicado em inglês, reúne um total de 14 trabalhos elaborados por pesquisadores do Brasil e de outros 10 países (África do Sul, Áustria, Bélgica, Egito, Escócia, Espanha, França, Hungria, Macedônia do Norte e México). Eles se debruçaram sobre temas relacionados à sustentabilidade nos ambientes esportivos e universitários, explicando como as práticas e conceitos relacionados à preservação da natureza e à melhoria de indicadores e condições sociais podem influenciar a solução de problemas e o dia-a-dia das instituições de ensino, das competições, locais de treino e outros locais onde se praticam esportes - e a partir daí, a comunidade local e toda a sociedade.
Estélio produziu o artigo juntamente com quatro pesquisadores que atuam no Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (Labimh), do PBS/Unit: os doutores Michael Douglas Celestino Bispo e Cristiane Kelly Aquino dos Santos, além da mestranda Eduarda Alves de Souza e da doutoranda Karollyni Bastos Andrade Dantas. O convite para participar da coletânea veio do pesquisador britânico Ian Whyte, um dos responsáveis pela INSHS e que já trabalhou com Estélio em outras pesquisas. “Ele me convidou pessoalmente a escrever sobre práticas sustentáveis no ensino superior de esportes, recreação e saúde no Brasil para este livro, que aborda esse tema sob uma perspectiva global. A proposta me pareceu interessante e relevante, tanto pela minha experiência na área quanto pela oportunidade de contribuir com uma perspectiva brasileira em um contexto internacional”, conta.
Estudando as práticas
O ponto de partida está na chamada Agenda ESG, que contempla as questões de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança corporativa; e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para melhorar os indicadores e políticas públicas e qualidade de vida em todos os países até 2030.
A partir daí, a equipe do PBS/Unit fez um extenso trabalho de pesquisa, coleta e análise de dados sobre as iniciativas de práticas sustentáveis em universidades brasileiras. Entre elas universidades federais de Brasília (UnB), do Espírito Santo (UFES), de Goiás (UFG), de Pernambuco (UFPE), do Rio Grande do Norte (UFRN) e de São Carlos (UFSCar), além das estaduais de Campinas (Unicamp) e do Rio Grande do Sul (Uergs). Com base e contextualização nas experiências brasileiras e estrangeiras, o texto ainda apresenta uma análise crítica das iniciativas de sustentabilidade da própria Unit, destacando seus pontos fortes e áreas de aprimoramento na busca por práticas sustentáveis.
No capítulo, Estélio e sua equipe argumentam que os princípios ESG e o alinhamento com os ODS são mandatórios para todas as iniciativas e manifestações humanas na atualidade. “Devido ao alcance midiático significativo do esporte, ele não pode ser excluído dessas considerações. Portanto, o foco aumentado na sustentabilidade na pesquisa esportiva decorre do reconhecimento do papel crucial do esporte na manutenção dos princípios ESG e na contribuição para os ODS”, cita o professor, que também leciona nos cursos de Medicina e Educação Física da Unit.
O artigo concluiu que as universidades brasileiras fizeram avanços significativos em práticas de gestão sustentável, com foco na sustentabilidade social, econômica e ambiental, tanto no campus quanto na comunidade em geral”. E defende que “a incorporação de critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) e a promoção da sustentabilidade nas atividades esportivas nas universidades brasileiras podem contribuir para a criação de um futuro mais sustentável, por meio da conscientização, da promoção de práticas inclusivas e equitativas, incentivando comportamentos sustentáveis entre os estudantes e a comunidade em geral”.
“Embora os países do hemisfério norte enfrentem preocupações ambientais mais urgentes devido a climas extremos e a escassez de água, o Brasil, com seu clima ameno e recursos hídricos abundantes e de baixo custo, não está imune à necessidade de adotar os princípios ESG e o desenvolvimento sustentável. De fato, o capítulo argumenta que a disponibilidade de recursos naturais não isenta o país de sua responsabilidade ambiental e social. A abundância não deve ser sinônimo de desperdício ou negligência; pelo contrário, exige uma postura ainda mais proativa e consciente na gestão dos recursos e na busca por práticas sustentáveis”, acrescenta Estélio.
Experiência internacional
O professor Estélio Dantas é considerado um dos mais experientes nas áreas de Ciências do Esporte e de Motricidade Humana, com ampla atividade no cenário acadêmico internacional. Carioca radicado em Aracaju há 11 anos, quando começou a ensinar na Unit, ele é livre-docente em Educação Física pela Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ), presidente de honra da Rede Internacional de Motricidade Humana (IHMN) e professor convidado de universidades do Chile, da Espanha e da Itália, além de colaborar com instituições como a CBF Academy (da Confederação Brasileira de Futebol) e os comitês Olímpico e Paralímpico Brasileiro.
“A inclusão do PBS e da Unit ao lado de universidades de renome na Europa Ocidental não apenas é motivo de orgulho, mas também um importante marco que reforça nosso compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento sustentável. Essa visibilidade internacional contribui significativamente para a melhoria da imagem institucional, atraindo estudantes e pesquisadores de alto nível, e fortalecendo parcerias estratégicas”, comemora Estélio, que já escreveu mais de 40 livros e 650 artigos científicos ao longo da carreira.
Autor: Gabriel Damásio
Fonte: Asscom Unit
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