Ipesaúde é referência em artigo publicado em revista internacional de Infectologia

Publiciado em 19/02/2021 as 18:13

A pandemia da Covid-19, ano passado, pedia a reconfiguração de todo o Ipesaúde, a fim de não deixar de prestar assistência aos seus beneficiários, ao tempo que prezaria pela biossegurança dos mesmos. Dentre as novas configurações do Instituto, foi criado o Centro de Tratamento da Síndrome Gripal, responsável por acolher o quantitativo dos pacientes que apresentavam sintomas de doenças respiratórias.

Em abril de 2020, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Ipesaúde instaurou, na então nova unidade de atendimento a pacientes com sintomas gripais, o projeto chamado “Monitora Corona”, responsável por acompanhar o quadro de cada paciente que dava entrada na unidade. A partir deste projeto, estudos foram feitos e por meio da parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o artigo “Recurrent COVID-19 including evidence of reinfection and enhanced severity in thirty Brazilian healthcare workers” foi submetido pela equipe do projeto Monitora Corona – UFS / Ipesaúde e publicado na revista inglesa “Jornal Journal of Infection”.

Esse projeto teve a duração de quatro meses e atendeu cerca de 2.400 pacientes. Com ele foi possível analisar a presença de uma nova variante da Covid-19, até então desconhecida, como conta a Dra. Karla Rezende, Endocrinologista do Ipesaúde e uma das participantes do projeto.

“Ao longo do tempo, mais ou menos maio e junho, começamos a perceber que os pacientes que já haviam sido atendidos anteriormente, estavam tendo reinfecção. Até então não se tinha notícias de que a pessoa poderia se infectar mais de uma vez. Então, esses casos foram todos compilados e conseguimos resgatar os exames de PCR, que é aquele do nariz, nas duas vezes que os pacientes tiveram as infecções”, explica.

Quando a mutação foi percebida, perguntas como, “é uma nova infecção por uma nova cepa diferente, ou era um paciente que não ficou completamente curado e voltou ?”, foram feitas pelos profissionais que acompanhavam os casos. Em busca de respostas, Dra. Karla e a equipe do Monitora conseguiram parceria com a Fiocruz e iniciaram a pesquisa.

“Depois que nos questionamos sobre a motivação desses quadros de reinfecção, em parceria com a Fiocruz, sequenciamos esses PCR, ou seja, abrimos o RNA do vírus para descobrir o que seria e responder os nossos questionamentos. E a resposta que tivemos foi a de que seria uma infecção por uma nova cepa, isto é, uma mutação”, relatou a médica Karla Rezende.

O objeto de estudo para a construção do artigo foram os profissionais da saúde da linha de enfrentamento da Covid-19, que devido a alta carga viral a que são expostos diariamente, apresentaram reinfecção do vírus.

“Foi uma surpresa para todos nós, ver que o vírus estava sofrendo mutação. Então, o inédito do trabalho é justamente isso. E a gente estudou, especificamente, profissionais da saúde que tem alta exposição ao vírus, que tem alta carga viral e que todos os dias estão expostos a pacientes diferentes, e, infelizmente, constatamos que há vírus com mutações que o organismo não consegue se defender totalmente, aí ele se reinfectar”, reflete Dra Karla Rezende.

O projeto criado possibilitou que a assistência prestada pelo Instituto de Promoção e Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde) tivesse visibilidade internacional.

O Centro de Tratamento da Síndrome Gripal do Ipesaúde é referência na assistência a beneficiários com sintomas leves e moderados de doenças respiratórias e faz parte das ações do Ipesaúde durante o momento de enfrentamento ao Covid-19. Fica localizado na Rua D. José Thomaz, 331, São José e funciona de segunda a sexta das 7h às 12h.

 

 

 

Da ASN