O Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) e ceramistas associados ao Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e Olarias do Estado de Sergipe (Sindicer/SE) participaram da missão técnica de cerâmica vermelha, em Minas Gerais. A iniciativa visou reconhecer as tecnologias e viabilidade técnicas de fornos, secadores e automação instalados nas empresas cerâmicas mineiras, com a finalidade de analisar a possibilidade de inserir essas tecnologias no setor cerâmico dos associados sergipanos.

Alisson Henrique Carvalho Sousa, que é Engenheiro de Produção e ceramista de Itabaianinha/SE, foi um dos 12 empresários participantes da missão técnica. Para ele, o encontro proporcionou grande troca de conhecimento quanto aos aprimoramentos tecnológico, ambiental e socioeconômico do processo energético da produção de cerâmica.

“Ver de perto o funcionamento e benefícios das inovações tecnológicas é fundamental e transformador, por ser um setor com grande amplitude e variação processuais! Nesse encontro, identificamos, a gente pôde identificar pontos, em particular, que ainda não tínhamos em nossos processos empresariais, aqui, em Sergipe. No que refere-se à automação, que é um dos pontos críticos em termos de investimento, para o aperfeiçoamento da produtividade das empresas, todos os ceramistas encontraram, durante as visitas, alternativas de automatizar partes do processo de produção, em suas unidades de fabricação. Isso permitiu atender tanto a um pequeno ceramista, quanto a um maior”, ressaltou Alisson.

A ação integra o Projeto de Eficiência Energética com Uso Sustentável dos Recursos Florestais em Cerâmicas de Sergipe, que, com o apoio o apoio do Fundo Socioambiental da Caixa (FSA-Caixa) e a coordenação do SergipeTec, promove a Eficiência Energética na produção das indústrias de cerâmica vermelha em Sergipe, por meio da capacitação em melhores práticas empregadas pelo seguimento cerâmico mineiro e que serão, facilmente, absorvidas pelo ceramistas sergipanos.

“O Projeto Cerâmica envolve dois fatores: o Plano Estadual de Combate à Desertificação e o da Política Florestal de Sergipe. O primeiro, tende a inibir o aumento de áreas desertificadas, por meio do manejo sustentável. E o segundo, aponta locais de fragilidade em vegetação ou potencialidades de áreas plantadas. Nossa visita técnica, nas cerâmicas mineiras, buscou estudar alternativas de redução do consumo de lenha, fator que atende ao objetivo do projeto. E, lá, vimos que isso é, plenamente, alcançável. Nós, especialistas, e os ceramistas sergipanos tivemos uma excelente visão das tecnologias utilizadas pelas empresas mineiras de secagem natural, fornos vagão e túnel, além da automação. Nas Empresas Sandrana e Rogesesi, tivemos a oportunidade de interagir com a fabricação dos modernos fornos, secadores, esteiras, cortadores e outros equipamentos cerâmicos”, explicou Francisco Pedro de Jesus, coordenador do Projeto e gestor de Energia e Meio Ambiente, do SergipeTec.

Visita técnica – A missão técnica contou com visita a seguintes empresas: Cerâmica Visão, em Iguaratinga, e Cerâmica Sagrada Face, em São Conrado do Pará; Cerâmica Fortijolo, em Cidade Maravilhas; Cerâmica Braúnas e Cerâmica Jacarandá, em Ribeirão das Neves; Cerâmica Parapuan, em Para de Minas; Cerâmica Rogesesi e Cerâmica Sandrana, em Pará de Minas; e Cerâmica Brasileira, em Caetanópolis (a mais moderna da América Latina, por utilizar a tecnologia de ponta em automação, em toda a cadeia produtiva).

Também participaram das visitas, o responsável pela logística em MG, Sandro Silveira; a técnica do Centro de Produção Industrial Sustentável, da Paraiba, Alessandra Farias Queiroga, o assistente técnico do Sebrae/SE Tiago Oliveira, o assistente industrial do Sebrae/MG, Jefferson Dias Santos; e mais 12 empresários sergipanos: José Abílio Guimarães Primo da Cerâmica São José, em Itabaianinha); Alisson Henrique Carvalho Souza (JM Indústria Cerâmica, em Itabaianinha); Joaldo Costa Carvalho Júnior (CEMIL Cerâmica Milagrosa, em Itabaianinha); Santos de Menezes Cerâmica Santa Maria, em Itabaianinha); Augusto César Santos (Blocobom Indústria de Produtos Cerâmicos, em Itabaiana); José Lima (Cerâmica Porto, em Itabaiana); Paulo Roberto do Amorim (Cerâmica Amorim Eireli, em Propriá); e Cleomadson de Lima Pinheiro (Cerâmica Rogi, em Propriá).

Projeto Cerâmicas - Diversas ações já foram desenvolvidas pelo Projeto Cerâmicas, com benefícios diretos para o setor em Sergipe, dentre elas: a capacitação de 84 ceramistas nos polos de Itabaianinha, Propriá, em Eficiência Energética e Produção Mais Limpa; e a realização de diagnóstico relativo à situação das empresas destes polos quanto ao uso, origem e demanda por lenha, aos processos implementados dentro da Indústria e ao volume da produção de insumos para a Construção Civil.

Nessa etapa, os ceramistas são apoiados para conhecer e incorporar procedimentos que economizam até 50% no consumo de lenha, com duplo objetivo: ambiental e econômico, em busca da redução de custos e de consumo de recursos florestais, e, por consequência, do impacto positivo no meio ambiente.